21/05/2025 - 01:09 | Atualizado em 21/05/2025 - 01:45
Negligência Mortal em Cáceres: Criança Morre Após Atendimentos Superficiais e Falta de Vaga em UTI
Uma sequência de negligências médicas e promessas não cumpridas resultou na trágica morte de uma criança em Cáceres, Mato Grosso. A vítima foi levada ao hospital da cidade no dia 12 de maio de 2025, com dor no ouvido e febre. O médico que a atendeu recomendou apenas soro e antibióticos, sem solicitar qualquer exame de imagem ou de sangue, apesar dos sintomas preocupantes.
Dois dias depois, em 14 de maio, a família buscou novamente atendimento — dessa vez na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município. Mesmo diante de sinais alarmantes como baixa saturação de oxigênio e frequência respiratória elevada, o protocolo foi o mesmo: nenhum exame, nenhuma investigação, apenas antibiótico.
A situação da criança continuava a se agravar, e na sexta-feira, 16 de maio, os pais a levaram novamente ao hospital. Só então foi realizado um raio-x, que revelou um quadro grave: o pulmão da criança já estava 72% comprometido. Com a gravidade constatada, foi iniciado o uso de oxigênio para tentar estabilizar o quadro respiratório. No entanto, a vaga na UTI, essencial para a sobrevivência da criança, não foi disponibilizada a tempo.
A espera desesperadora pela vaga seguiu até o domingo, 18 de maio, quando finalmente uma vaga foi liberada. Porém, antes da transferência, a criança não resistiu e foi a óbito.
O caso escancara a falência de um sistema de saúde que falha desde o primeiro atendimento. O hospital e a UBS de Cáceres/MT demonstraram total negligência médica ao não solicitar exames mínimos — como sangue e imagem —, mesmo diante de sintomas que claramente exigiam investigação imediata.
A tragédia também expõe a inoperância do poder público. O governador Mauro Mendes, que havia prometido resolver a falta de leitos de UTI na cidade “em 10 dias”, até o momento não cumpriu com sua palavra. A promessa virou mais uma estatística da omissão, enquanto famílias como a dessa criança enfrentam o pior.