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08/04/2025 - 21:42

Dólar dispara e mercado desaba com escalada da guerra comercial entre EUA e China

O dólar voltou a disparar nesta terça-feira (8), fechando a R$ 5,99, após os Estados Unidos confirmarem a aplicação de uma nova tarifa de 50% sobre produtos importados da China. A medida, somada às tarifas anteriores, faz com que a carga tributária total sobre itens chineses atinja impressionantes 104%. As novas tarifas entram em vigor já nesta quarta-feira (9), segundo informou a Casa Branca.

Com isso, o dólar atingiu seu maior valor desde 21 de janeiro de 2025, quando havia fechado a R$ 6,0302. A tensão no cenário internacional também derrubou o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, que recuou 1,32%, aos 123.932 pontos. Na mínima do dia, o índice chegou a 123.454.

A escalada tarifária teve início após declarações do ex-presidente Donald Trump, que havia prometido a aplicação de tarifas extras caso a China não recuasse das medidas retaliatórias anunciadas após o chamado "tarifaço", revelado na semana passada.

“Se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, escreveu Trump em sua rede social.

A China, no entanto, não cedeu. Durante a madrugada, autoridades chinesas afirmaram que não voltarão atrás e que estão preparadas para responder aos aumentos tarifários.

“Não há vencedores em uma guerra comercial ou uma guerra tarifária. O protecionismo não oferece saída", afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Internacionais chinês, Lin Jian.

Horas depois, Trump voltou a provocar, dizendo que a China "quer muito fazer um acordo, mas não sabe por onde começar". “Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu em sua rede social.

Dólar e Ibovespa: os números do dia:
💲 Dólar Acumulado: 📉 Ibovespa Acumulado: EUA priorizam aliados, Europa tenta evitar guerra comercial

O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que os EUA estão priorizando aliados como Japão e Coreia do Sul nas negociações comerciais. Já a União Europeia reiterou que deseja evitar uma escalada tarifária e um conflito econômico mais amplo.

Mesmo após a Casa Branca rejeitar a proposta da UE de adotar uma política de “tarifas zero” para bens industriais, um porta-voz europeu declarou:

"Estamos esperando que nossos colegas americanos se envolvam de forma significativa nas negociações". Imprimir