Calote – Prestadores de serviço da Unimed em Cáceres pretendem recorrer à justiça para receber pelos trabalhos
Descredenciados e sem receber há mais de três meses, proprietários de laboratórios, clínicas e alguns médicos, pretendem recorrer à justiça para cobrar os trabalhos prestados à Cooperativa de Trabalho Médico – Unimed/Cáceres. A decisão foi anunciada, na segunda-feira (13/11), quando venceu o prazo de notificação do descredenciamento das empresas.
“Fomos descredenciados, mas não recebemos pelos trabalhos, há três meses. Não temos alternativa. Se não for acertado nada, até no final da semana vamos recorrer à justiça” afirmou o proprietário de um grande laboratório da cidade, que garante ter mais de R$ 200 mil atrasado com a cooperativa. Além disso, diz que todos os atendimentos foram suspensos.
“Ela (Unimed) está interditada até o próximo dia 17. Esperamos que, após a conclusão da interdição haja bom senso e nos paguem. Porque até agora, não deram nenhuma previsão de pagamento. Se isso não ocorrer vamos ter que resolver na justiça. Temos mais de R$ 300 mil para receber” enfatizou a proprietária de outro laboratório.
Outros empresários do setor confirmam a falta de pagamento. Porém, preferem não comentar. “Assim como os demais, também não recebemos, mas não vale apena comentar. Ainda tenho esperança de receber, sem ter que brigar” disse o proprietário de uma clínica
Procurado pelo site Expressão Notícias, o vice-presidente Pedro Henry, autor da iniciativa dos descredenciamentos, orientou para que a reportagem procurasse a presidente da cooperativa, a médica Honorina Gonçalves.
Na sede da Unimed, na segunda-feira, a reportagem foi recebida por uma das atendentes que, imediatamente, entrou em contato com a presidente. Ao ser informada, a presidente teria orientado a atendente para que anotasse o número do telefone do site, afirmando que entraria em contato, nas próximas horas, o que não aconteceu.
As notificações dos descredenciamentos das empresas prestadoras de serviços médicos, clínicos e laboratoriais, da Unimed, foram feira dias após Cooperativa de Trabalho Médico, ser interditada, no dia 17 de outubro, através de Resolução Operacional da Agência Nacional de Saúde (ANS) nº 2.851.
De acordo com a resolução, em razão de “anormalidades econômico-financeiras e administrativas graves”. Pela resolução a cooperativa teria prazo de 30 dias para promover a alienação de sua carteira de beneficiários. E, durante esse período ficaria suspensa a comercialização de planos ou produtos da cooperativa.
O texto da resolução assinada pelo diretor-presidente Paulo Roberto Rebello Filho, ressaltou que as “anormalidades colocam em risco a continuidade de atendimento à saúde, de acordo com elementos constantes do processo administrativo n° 33910.038740/2022-29”.
Vice-presidente da Unimed, o médico Pedro Henry informou, à época que o descredenciamento teria sido a alternativa encontrada para “resguardar” a Unimed. Dias depois, informou que estaria, em Brasília, juntamente, com o senador Jayme Campos, para uma reunião com o presidente da ANS, no sentido de reverter a situação. Contudo, não informou o resultado da audiência.
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