Um áudio de Alcy Silva, ex-vereador, servidor aposentado do IBGE e atual assessor na Assembleia Legislativa, lotado no Gabinete de um deputado estadual gerou indignação em Cáceres (MT). Nele, o ameaçador diz: “Vou pisar no seu pescoço”, numa ameaça direta ao vereador Pacheco Cabeleireiro, após este fazer críticas à atuação do Secretário Municipal de Agricultura. A fala, em tom de intimidação, revela resquícios de coronelismo e práticas autoritárias ainda presentes nos bastidores da gestão municipal. Com trânsito livre entre os secretários e a própria prefeita Eliene, Alcy espalha autoritarismo e medo por onde passa. Especialmente na secretaria de agricultura, onde costuma ser visto dando ordens verbais aos servidores.

Vereador Pacheco Cabelereiro
Alcy Silva já foi condenado pela justiça, durante a “operação Dr. Lao”, que desmantelou um esquema de fraudes no IBGE de Mato Grosso. Segundo decisão do juiz Dr. Ciro José de Andrade, a organização criminosa desviou cerca de R$ 1,3 milhão entre 2010 e 2013, usando falsos recibos, servidores fantasmas e assinaturas falsificadas, entre outras falcatruas. A condenação foi amplamente noticiada à época, por vários veículos de comunicação e incluiu perda de função pública, multa e suspensão dos direitos políticos e devolução dos recursos.
Mesmo após a condenação, Alcy manteve forte influência nos bastidores da política cacerense, sendo apontado hoje em dia como braço direito da prefeita Eliene e articulador político ligado a um ex-deputado federal. Foi ele quem organizou o retorno do atual secretário de Agricultura, indicado do ex-parlamentar. Pequenos produtores denunciam abandono, enquanto grandes fazendeiros e aliados políticos seguem privilegiados.
A ameaça contra o vereador Pacheco expõe a tentativa de governar pelo medo e pela força, ignorando o papel fiscalizador do Legislativo. A reação imediata da sociedade, de vereadores e lideranças estaduais e federais mostra que a política mudou. Não há mais espaço para coronéis e intimidações: a democracia exige respeito, transpa-rência e diálogo, não ameaças de quem já foi condenado por fraudes e ainda tenta ditar regras no poder local.