Bastou a
primeira chuva da temporada em
Cáceres para escancarar o que muitos temiam:
ruas alagadas, buracos reaparecendo e um sistema urbano sem preparo para o mínimo de adversidade climática. Longe de ser apenas
um evento isolado, o episódio revelou a fragilidade estrutural e
administrativa da cidade.
A atual
administração teve tempo
para se preparar. Mas não se preparou. A estiagem foi longa, e o período de chuvas
é previsível. Mesmo assim, faltou programação, execução de obras de
drenagem e manutenção. A impressão que fica é de uma gestão reativa, que
só age quando o problema já está instalado, e quando o povo
grita.

É
inaceitável que obras de pavimentação realizadas
há menos de um ano já apresentem
rachaduras, buracos e desgaste. Que tipo de
asfalto é esse? O que deveria ser solução virou mais um problema. A pergunta que ecoa nas ruas é direta: quem fiscalizou essas obras? E mais: por que a qualidade é tão baixa?
A população quer saber: onde estão as empresas responsáveis pelas obras? Quem assinou os
contratos? Há garantias de
execução e manutenção? A ausência de transparência e de fiscalização
levanta suspeitas. Sem prestação de contas claras, aumenta a desconfiança de que o dinheiro público
não está sendo bem utilizado.

Em meio a alagamentos,
buracos e frustrações, a pergunta mais urgente persiste: onde está o dinheiro, senhora prefeita? A cidade cobra não apenas explicações,
mas atitudes. A população de Cáceres não quer
promessas. Quer dignidade, infraestrutura de verdade e
responsabilidade com os recursos que saem do
bolso do contribuinte.