O ex secretário de assuntos estratégicos não era um secretário comum. Era um “super secretário”. Ocupou várias pastas, acumulando outras ao mesmo tempo. Homem de confiança da prefeita Eliene, foi inoperante em todas. Mesmo assim carrega consigo o título de “todo-poderoso” da articulação política de Cáceres, uma cidade que, ao contrário da gestão atual, ainda respira modernidade. O legado do ex Super?
Um verdadeiro show de... ausência. Em praticamente dois anos no comando da pasta de articulação política, entregou uma performance tão empolgante quanto um domingo sem Wi-Fi. Com seus discursos mornos, longos e didáticos, vence pelo cansaço qualquer interlocutor. Uma gestão insegura, impopular e nada de relevante, tampouco memorável. Exceto sua habilidade nata de autopromoção e vaidades.
Dizem que o poder mostra quem realmente somos. Nesse caso, revelou um lado no mínimo curioso: confrontado, expõe a face dura, desabona colegas e aliados que sempre lhe deram oportunidades, protege outros, considerados inaptos, grava, expõe amigos e asseclas e costuma oferecer um “bonezinho” como prêmio aos que ousam discordar dos seus devaneios. Uma espécie de reality show autoritário, em que só permanece quem diz “sim, senhor”. Cáceres, até onde sabemos, ainda é uma cidade e não um quartel.
Poucos dias após a saída do ex-secretário, a nova gestão da pasta inspira e respira outros ares. Com Rubens Macedo no comando. O vereador licenciado, assumiu o controle e com vontade de transformação, vejam só: em uma quinzena mostrou mais serviço que seu antecessor em dois longos anos. Isso levanta uma questão importante, que este humilde site apenas observa de longe (sem julgamento, claro): será que o problema estava na cadeira... ou em quem se sentava nela?
Transitando sempre na obscuridade (facilmente apelidada de “articulação”) política, ele nunca conheceu o sabor amargo da urna, eis que lhe parece mais interessante apenas o conforto de cargos comissionados, geralmente regados à confiança partidária. Muitas vezes nomeado, nunca eleito. Uma trajetória que desafia a lógica democrática, mas encanta a das indicações. Chamado de “capitão” pelos mais próximos (talvez por hábito ou por ego), ainda governa como se estivésse na década de 80, quando bastava bater na mesa e falar grosso. Spoiler: Cáceres evoluiu.
A política mudou, mas o ex “super secretário”, pelo visto, não. Sua recente proeza de gravar conversas pessoais com a própria gestora, pessoa de sua mais alta estima e confiança e ainda repassar para redes sociais, causou um desconforto ensurdecedor, jogando a gestão contra a Câmara Municipal, episódio que gerou um tremendo desgaste entre os poderes, o que demonstra seu “senso de lealdade... peculiar”. Um homem de “confiança” que grava aliados talvez não deva reclamar da desconfiança do público. Afinal, se nem entre os seus ele inspira segurança, o que esperar da opinião da população com relação à insistência na manutenção dele nos cargos de comando da cidade? A pergunta que não quer calar: Depois de ser gravado e exposto, você continuaria proporcionando as benesses do poder para esse cidadão? Fica a sugestão: ao invés de oferecer “bonezinhos”, talvez seja a hora de pedir seu “banquinho” e enfrentar as urnas, onde o verdadeiro “tamanho” político se revela. A cidade agradece.