Jornal Oeste

Em Cáceres, a rotina de medo continua: caminhões e carretas cruzam bairros como a Rua Membeca e a Avenida dos Estados, transformando as vias em verdadeiras armadilhas. A Lei nº 3.224/2023, criada justamente para restringir o tráfego de veículos pesados, nunca saiu do papel. Passados mais de dois anos, não há bloqueios, fiscalização ou sequer sinalização. A prefeitura segue omissa, e a população segue refém do descaso.

A tragédia já deixou marcas profundas. Uma criança de apenas 8 anos foi atropelada por um caminhão no Jardim Universitário e morreu no local; a mãe, gravemente ferida, sobreviveu com sequelas. O caso não foi isolado. Motociclistas, ciclistas e pedestres já perderam a vida em acidentes semelhantes.

Famílias dilaceradas que poderiam ter sido poupadas se o poder público cumprisse a própria lei que sancionou.

Enquanto promessas de anel viário continuam sendo usadas como desculpa, caminhões atravessam diariamente o coração da cidade. Moradores relatam pavor ao ver seus filhos dividindo espaço com carretas em ruas estreitas, a centímetros de uma nova tragédia. Cáceres não suporta mais enterrar inocentes. A omissão da prefeitura já ultrapassou os limites da ineficiência — tornou-se criminosa. Até quando vidas terão que ser perdidas para que se cumpra a lei?