06/07/2025 - 11:39
HOMEM QUE MATOU SOGRO E CONCUNHADO É PRESO PELA DHPP
Jefferson Willain, 31, foi preso em Várzea Grande após matar o pai e o concunhado da ex-companheira. O crime revela um histórico brutal de violência doméstica, descumprimento de medidas protetivas e impunidade.
Por Redação Jornal Oeste
Um nome marcado pela brutalidade. Um histórico de sangue. Um rastro de medo que se arrastou por quase uma década. Jefferson Willain de Freitas, 31 anos, foi finalmente capturado neste sábado (5), pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Várzea Grande. Ele é acusado de cometer dois assassinatos covardes — o pai e o concunhado de sua ex-companheira — e de manter por anos uma rotina de violência doméstica alimentada por impunidade e silêncio.
📍 O CRIME REVELADO
A última tragédia começou em 28 de junho de 2025. A filha, agredida mais uma vez por Jefferson, viu o pai se levantar em sua defesa. Um ato de coragem que custou sua vida. O sogro, identificado como pai da vítima, foi brutalmente espancado e acabou internado em estado gravíssimo na UTI. Dez dias depois, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Curiosamente — e de forma sintomática do medo instaurado — a família, em um primeiro momento, mentiu à polícia, dizendo que o patriarca havia sido ferido durante um assalto. Uma falsa versão nascida do terror constante imposto por Jefferson. Mas a investigação da DHPP foi implacável. Cruzando depoimentos e provas técnicas, os agentes descobriram a verdade: foi o genro quem desferiu os golpes fatais.
A filha confirmou tudo. Mesmo enlutada, mesmo ferida, mesmo após ser agredida novamente naquele mesmo dia. A irmã também confirmou. O ciclo de violência, antes negado, veio à tona com força.
🔪 UM HISTÓRICO DE SANGUE
A ficha de Jefferson não começa agora. Em 2018, ele já havia sido preso por outro crime bárbaro: matou Emerson Ricardo Pereira Cordeiro, de 31 anos, seu concunhado. Emerson tentou impedir uma agressão contra a mulher de Jefferson e acabou assassinado com golpes de faca.
Mesmo após esse homicídio, Jefferson conseguiu liberdade condicional. E mesmo com tornozeleira eletrônica, seguiu com o mesmo padrão de comportamento: agressões, ameaças, manipulação, intimidação.
Ele descumpriu medidas protetivas várias vezes. A ex-companheira chegou a solicitar duas medidas, ambas ignoradas por ele. Segundo o delegado Edison Pick, da DHPP, Jefferson tinha o hábito de permanecer ao lado da vítima após as agressões — impedindo que ela acionasse o botão do pânico, numa estratégia doentia de controle psicológico.
⚖️ O PERFIL DO AGRESSOR
Segundo a Polícia Civil, Jefferson é classificado como de extrema periculosidade. Um homem frio, reincidente, que mesmo diante da Justiça, continuou alimentando o ciclo de violência com sangue e silêncio.
“A atuação dele revela um padrão típico de agressor que se sente acima da lei. Ele não tem medo de punição, porque aprendeu que o sistema é lento. Mas desta vez, vai pagar com cadeia em regime fechado”, afirmou o delegado Pick.
A DHPP confirmou que ele responderá por homicídio qualificado, violência doméstica e descumprimento de medidas protetivas, entre outros crimes no âmbito da Lei Maria da Penha.
📢 A JUSTIÇA CHEGOU TARDE, MAS CHEGOU
Jefferson foi preso com apoio do CIOPAER e da CORE — numa operação coordenada, rápida e precisa. Segundo os investigadores, sua prisão representa mais do que o encerramento de uma investigação: é um recado direto a outros agressores.
O caso escancara um sistema que muitas vezes falha em proteger mulheres ameaçadas, mesmo diante de históricos evidentes. Mostra que a violência doméstica não é uma tragédia privada — é uma epidemia social que exige ação contínua, firme, sem titubeios.