Cuiabá acorda, silenciosa, com mais um edital aberto e poucos olhos atentos. O concurso da
Agência Reguladora ARIS-MT está aí — e, se você piscou, perdeu. Prova marcada para 20 de julho, vagas para cargos técnicos e salários que ultrapassam os R$ 6 mil. Mas calma: a corrida está longe de ser justa.
Você ouviu falar desse concurso? Pouca divulgação, poucas vagas e muitas regras. A taxa de inscrição — que deveria ser simbólica — custa até R$ 130. E isso para disputar
1 vaga real em meio a um
cadastro reserva que pode nunca ser chamado. Quer tentar? Melhor estar com o psicológico em dia.
7 VAGAS, MIL ARMADILHAS
O edital oferece 7 vagas imediatas:
- 1 para assistente,
- 1 para advogado,
- 1 para engenheiro,
- 1 para contador...
E o restante? Cadastro reserva, aquela promessa que pode virar poeira antes de virar nomeado.
Pior: a prova é feita pela banca UFMT, conhecida por questões capciosas e textos de enunciado que mais parecem tese de mestrado. E se você errar 8 das 40 questões, tchau. Zerou a disciplina específica? Também tchau.
ONDE ESTÁ A TRANSPARÊNCIA?
A pergunta que não quer calar:
por que esse concurso foi lançado com tão pouco alarde? Quantas dessas vagas serão de fato preenchidas? E mais: quem garante que não haverá contratos temporários depois — ignorando totalmente o concurso?
A sociedade precisa fiscalizar esses concursos como fiscaliza políticos. Não é porque está no Diário Oficial que é imaculado. O concurso é uma porta, mas pode ser também uma cortina de fumaça.
E SE VOCÊ PASSAR?
Parabéns. Vai trabalhar em uma autarquia que regula o saneamento de 56 municípios de MT. Com poder de fiscalizar empresas como a CAB e outras fornecedoras de água, esgoto e tarifas. Mas… será que você terá estrutura? Equipe? Recursos? Ou vai só assinar papel e ouvir reclamações de prefeito insatisfeito?
EM TEMPO
Se você acredita no serviço público sério, estude. Se não acredita, fiscalize.
Se passou, lute para que a sua vaga valha a pena.
E se não passou, continue atento.
Porque, em Mato Grosso, a única certeza que temos é que os bastidores sempre dizem mais que os editais.