Jornal Oeste

Uma decisão da Justiça de Cuiabá trouxe um pouco de justiça para estudantes que foram vítimas de um verdadeiro golpe. A empresa Imagem e Eventos, conhecida por organizar festas de formatura, foi condenada a pagar mais de R$ 17 mil em indenização a um estudante de Direito que teve parte do seu sonho cancelado sem explicações.

A sentença foi assinada no fim de maio pelo juiz Jamilson Haddad Campos, do 3º Juizado Especial Cível de Cuiabá. A decisão reconhece que o estudante foi prejudicado após pagar quase R$ 7,7 mil por um pacote completo de formatura, que incluía eventos como culto ecumênico, baile de gala e até passeio de chalana no Lago do Manso. Mas, no fim das contas, só conseguiu aproveitar dois: a chamada “tardezinha” e a festa de “meio de advogado”.

Segundo o processo, o contrato foi fechado ainda em 2021. Mas a empresa entrou com pedido de recuperação judicial e sumiu do mapa, deixando centenas de formandos sem nenhuma explicação e sem receber o dinheiro de volta. A comissão de formatura chegou a orientar os estudantes a parar de pagar o que ainda faltava.

O estudante, então, foi à Justiça pedir o cancelamento do contrato, a devolução do que pagou, multa e também uma compensação por todo o estresse vivido. O juiz constatou que ele pagou R$ 7.695,22, mesmo que o valor original do contrato fosse R$ 6.774,99 em 53 parcelas.

Na decisão, o magistrado afirmou:

“Não obstante, a notícia de encerramento das atividades da parte reclamada foi veiculada na mídia apontando o descaso com os alunos, sem a realização das festas e ainda sem devolução dos valores...”.

Com isso, a Justiça determinou que a empresa devolva R$ 9,7 mil por danos materiais, mais R$ 6 mil por danos morais, além de uma multa de R$ 2 mil.

Casal preso e milhares de vítimas

Os donos da Imagem e Eventos, Márcio Júnior Alves do Nascimento e Eliza Severino da Silva, foram presos no dia 21 de maio. Eles são acusados de enganar mais de mil estudantes em todo o estado, causando um prejuízo que ultrapassa R$ 7 milhões. Há cerca de 250 boletins de ocorrência registrados contra a empresa, alguns com relatos de grupos de até 20 vítimas no mesmo caso.

As investigações da polícia revelaram que o casal já sabia que a empresa não tinha como continuar operando. Mesmo assim, fecharam novos contratos um dia antes de encerrar as atividades, com o único objetivo de arrecadar dinheiro e fugir do estado.

Agora, Márcio e Eliza são investigados por crimes contra o patrimônio, contra as relações de consumo e associação criminosa — crimes que podem levar a até 13 anos de prisão, além de multa.