O Brasil volta a brilhar no salto triplo e, desta vez, com a força da nova geração! No último domingo (8), no
Centro Olímpico da Universidade Federal de Mato Grosso, em
Cuiabá, o jovem
Alexander Cordeiro Santa Cruz, de apenas 17 anos,
fez história ao conquistar o ouro no
Campeonato Brasileiro Interclubes Loterias Caixa Sub-18 com um salto de
15,78 metros, superando o recorde da competição e assumindo o
primeiro lugar no ranking mundial da categoria.
A antiga melhor marca do ano era do jamaicano
Amani Phillips, com 15,66 m. Alexander não só superou esse resultado como também quebrou o recorde do campeonato, que era de
15,62 m, estabelecido há 23 anos por Thiago Jacinto Carahyba Dias.
No pódio, Alexander foi acompanhado por
Guilherme da Silva Izidoro (Instituto Foz - ICLI-PR), com 15,18 m, e
Davi Souza de Lima (APADA-MT), com 15,02 m.
“Comecei com dois saltos regulares de 15,05 m, queimei o quarto, e o quinto não foi bom. Mas eu sabia que podia mais. Com o apoio do meu treinador, consegui essa marca que eu vinha buscando”, disse Alexander, emocionado e abraçado ao técnico
Ormandino Rodrigues Barcelos, que aos
80 anos ainda forma campeões com a mesma paixão de décadas atrás.
“Ficar em casa jogando carta? Vou nada. Prefiro contribuir”, declarou Ormandino, que treina Alexander desde os 14 anos nas pistas do
Sulacap e da Aeronáutica, no Rio de Janeiro.
O jovem agora
tem como meta o recorde brasileiro Sub-18, que pertence a
Márcio Rogério da Cruz, com 15,83 m, alcançado em 1990.
“Faltam 5 centímetros. Parece pouco, mas é muito treino. Seguimos na luta”, afirmou Alexander.
Mas ele sonha mais alto: quer alcançar os
18 metros, marca que somente os maiores do mundo já atingiram. Sua maior inspiração é o americano
Christian Taylor, bicampeão olímpico.
“Por ser maior, meu salto precisa ser mais rasante, e observo muito o estilo dele. Se a gente se dedicar, dá para chegar lá, se Deus quiser.”
Uma Tradição de Ouro
O salto triplo é uma das especialidades mais tradicionais do atletismo brasileiro. O país já
conquistou seis medalhas olímpicas com lendas como:
- Adhemar Ferreira da Silva (ouro em 1952 e 1956)
- Nelson Prudêncio (prata em 1968, bronze em 1972)
- João do Pulo (bronze em 1976 e 1980)
O
recorde sul-americano da modalidade pertence a
Jadel Gregório, com
17,90 m, atingidos em 2007, superando os
17,89 m de João do Pulo.
Com garra, talento e disciplina, Alexander parece pronto para
escrever seu nome nessa galeria de gigantes e continuar fazendo o Brasil sonhar mais alto.