Jornal Oeste

A Polícia Civil de Mato Grosso colocou fim a um esquema criminoso que enganava principalmente pessoas humildes com falsas promessas de dinheiro fácil. A Operação Tiger Hunt, deflagrada nesta segunda-feira (9), teve como foco influenciadores digitais que promoviam o famoso “Jogo do Tigrinho” nas redes sociais.

As investigações, feitas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DERF) de Cáceres com apoio do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), revelaram um grupo bem articulado, que usava vídeos falsos para atrair seguidores a apostarem em plataformas ilegais. Os influenciadores apareciam ganhando altos valores em poucos segundos, mas tudo não passava de truque: os vídeos eram feitos em versões de teste do jogo, programadas para mostrar só vitórias.

“Era tudo mentira, os ganhos que eles mostravam não existiam na prática. Eles enganavam quem mais precisa com a ilusão de que qualquer um podia ficar rico em segundos”, disse um investigador envolvido no caso.

E a fraude não parava por aí. O grupo comprava CPFs de pessoas em situação de vulnerabilidade — pagavam entre R$ 50 e R$ 100 — e usavam esses dados para abrir contas bancárias digitais. Essas contas serviam para movimentar o dinheiro sujo das apostas e de empresas fantasmas ligadas aos criminosos.

Com isso, os influenciadores e sócios do esquema passaram a ostentar uma vida de luxo incompatível com a realidade da maioria dos brasileiros: carros importados, joias, imóveis caros, jet skis e viagens para lugares paradisíacos. Enquanto isso, quem se deixava levar pelos vídeos ficava no prejuízo.

Entre os presos estão Leonardo Viana Porto, influenciador com quase 3 mil seguidores, que se dizia apaixonado por futebol e por apostas, e Luiz Gustavo Almeida, de 26 anos, que acumulava quase 6 mil seguidores mostrando carros de luxo e viagens internacionais. A última postagem de Luiz foi uma propaganda do próprio jogo que o levou à prisão.

A operação cumpriu 21 ordens judiciais, incluindo prisões, buscas, apreensão de bens, bloqueio de contas e suspensão de empresas envolvidas. A polícia reforça o alerta: não confiem em promessas de dinheiro fácil feitas por influenciadores. Muitas dessas ofertas são armadilhas para tirar o pouco que o povo tem.

As investigações continuam e fazem parte da Operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero, que tem combatido o crime organizado em todo o Estado.