Em um grave desabafo coletivo, estudantes do curso técnico de enfermagem, oferecido gratuitamente pela Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso (SES/MT), denunciaram a situação de abandono e descaso que enfrentam desde o início das aulas, em agosto de 2023. Representando sua turma, Bruna Mayara tornou pública a insatisfação e a preocupação diante das constantes interrupções no andamento do curso, principalmente motivadas pela demora na contratação de professores.
“Venho, por meio desta, expressar minha insatisfação e preocupação em relação às frequentes interrupções e à demora na continuidade do curso técnico de enfermagem, oferecido gratuitamente por esta instituição”, declarou Bruna, destacando que fala em nome de toda a sala.
Segundo os alunos, a situação tem gerado sérios prejuízos, como atrasos na formação profissional, impactos emocionais e até dificuldades financeiras, especialmente para quem contava com a conclusão do curso dentro do prazo previsto para ingressar no mercado de trabalho.
“Entendemos que imprevistos podem ocorrer, mas a recorrência desse problema demonstra falhas graves na gestão e no planejamento do cronograma do curso. Por se tratar de uma iniciativa pública voltada à formação de profissionais da saúde — área essencial e com alta demanda —, esperamos mais compromisso, agilidade e respeito com os estudantes”, reforçou a estudante.
Entre as principais reivindicações dos alunos estão:
- A regularização urgente das aulas;
- Mais transparência sobre os prazos e etapas de contratação dos professores;
- Um novo cronograma claro e realista, com previsão de conclusão do curso;
- Compensações ou reforços didáticos para minimizar os prejuízos pedagógicos.
De acordo com Bruna, apesar do curso ter sido ofertado oficialmente pelo Estado, com processo seletivo realizado e docentes nomeados no Diário Oficial — inclusive com as disciplinas que ministrariam —, a turma enfrenta “inúmeras pausas por irregularidades no contrato dos professores”.
“Por inúmeras vezes estamos sendo enganados e ludibriados pela gestão sobre o curso, sendo que foi nos passado que não pararia mais. Teve alunos que saíram do emprego para poder se organizar para o estágio no hospital”, lamentou a estudante.
O sentimento de frustração se agravou após sucessivos adiamentos de reuniões importantes. “Um print mostra a coordenadora do curso falando que terá uma reunião, seguido de outro print desmarcando tal reunião dizendo que houve uma intercorrência na viagem”, relatou Bruna.
Para ela e os demais colegas, tais cancelamentos, frequentemente feitos em cima da hora, são mais um exemplo do descaso e da falta de respeito. “Reunião essa que foi desmarcada em cima da hora por mais um descaso e mentira com a nossa cara. E sabe o que foi passado para nós? Que eles estavam abalados com a gente”, criticou.
O sentimento geral da turma é de revolta, pois o curso, que já deveria estar finalizado, segue paralisado devido à constante falta de professores e à falta de compromisso da gestão, sobretudo da coordenação de Cuiabá. “Várias e várias vezes foram marcadas reuniões, mas a coordenação de Cuiabá sempre desmarca, mesmo estando, às vezes, em Cáceres”, finalizou Bruna.
Os estudantes aguardam, com urgência, uma solução definitiva por parte da Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso (SES/MT), para que possam concluir sua formação e ingressar no mercado de trabalho, contribuindo com um setor essencial para a sociedade: a saúde pública.