Jornal Oeste

A cidade de Cáceres, em Mato Grosso, está vivendo um verdadeiro drama com a mortalidade infantil. Nos dados mais recentes do ano de 2023, foram registrados 14,36 óbitos de bebês para cada mil nascidos vivos, número que já era maior do que a média do Brasil, de 12,5, e muito superior ao que se vê na Europa, onde países como Portugal registraram 2,45 e a Suécia apenas 1,9 por mil.

E o pior: tudo indica que a situação em Cáceres pode ter ficado ainda mais grave nos anos seguintes. Apesar de ainda não haver dados oficiais atualizados, relatos de novas mortes de bebês e crianças na cidade reforçam o que muitos moradores já sentem na pele — o descaso das autoridades com a saúde pública.

Os números de 2023 já eram um alerta, mas pouco foi feito desde então. A própria Prefeitura de Cáceres reconheceu a necessidade de reduzir a mortalidade infantil e apresentou metas, mas, na prática, as ações não têm surtido efeito.

Enquanto isso, países europeus seguem dando exemplo. Portugal alcançou o menor número de mortes infantis da sua história, com 215 óbitos em 2023. Já Cáceres continua atolada em problemas básicos de saúde, como falta de médicos, demora no atendimento e ausência de políticas eficazes para proteger bebês e crianças.

O Brasil, que historicamente apresentou altas taxas, conseguiu uma redução expressiva nas últimas décadas. Em 1940, eram 146 mortes para cada mil nascimentos; hoje, esse número caiu mais de 90%. Mesmo assim, cidades como Cáceres seguem ignorando avanços e mantendo índices de países subdesenvolvidos.

É claro: sem gestão séria e investimento na saúde, a mortalidade infantil continuará fazendo vítimas. E, infelizmente, Cáceres segue como um dos piores exemplos.