O que era pra ser um momento histórico de união em defesa da vida virou mais uma página vergonhosa da política cacerense. Na última sexta-feira (03), após o escândalo da criança dormindo embaixo da pia da UPA e uma enxurrada de denúncias nos grupos de WhatsApp, o vereador Flávio Negação decidiu assumir a responsabilidade que a gestão executiva tanto evita: liderar uma força-tarefa para salvar a saúde de Cáceres do colapso total.
A reunião emergencial contou com a maioria dos vereadores, o secretário municipal de Saúde, o vice-prefeito Luiz Landim (representando a prefeita Eliene, que alegou impossibilidade de participar), e culminou na criação de um comitê de crise. O objetivo: montar um plano de ação urgente com medidas concretas para tirar o Hospital Regional da UTI administrativa em que se encontra.
União histórica na Câmara: vereadores largam vaidades em nome da vida
No sábado e domingo, os vereadores trabalharam de forma incansável. Diferenças políticas foram deixadas de lado e todos se dedicaram à construção de um dossiê completo com diagnósticos, soluções e propostas viáveis, a ser entregue pessoalmente ao secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo.
Durante a sessão ordinária da segunda-feira (05), que durou mais de 3 horas, parlamentares da base e da oposição reconheceram que a crise ultrapassa os limites do município e envolve diretamente o Governo do Estado. Alguns chegaram até a defender a prefeita Eliene, num gesto raro de maturidade institucional.
Mas Eliene trai o pacto e rasga a confiança da base
A esperança de um trabalho conjunto durou pouco. Sem avisar ninguém, a prefeita Eliene ignorou completamente o alinhamento construído na sexta-feira, e decidiu ir sozinha a uma reunião com o secretário estadual de Saúde, acompanhada apenas do vice-prefeito Landim, do secretário municipal de Saúde e do ex-deputado federal Leonardo Albuquerque — numa tentativa clara de ressuscitar seu aliado político das cinzas.
Nem os vereadores da base foram convidados. Nenhuma contribuição do comitê de crise foi levada. A prefeita agiu pelas sombras, desrespeitando quem passou o fim de semana trabalhando por uma solução e provocando uma quebra de confiança generalizada. A indignação explodiu nos grupos internos de WhatsApp, e a base aliada da prefeita, fragilizada, agora enfrenta uma grave crise de confiança.
Cáceres está no limite — e o povo não aguenta mais
Enquanto isso, crianças continuam no chão, idosos na calçada, profissionais exaustos, e nenhuma solução concreta saiu do papel. O discurso bonito segue sendo a única resposta do governador Mauro Mendes, como já denunciado pelo próprio Flávio Negação:
“O povo está morrendo. O discurso é bonito, mas solução nenhuma foi tomada.”
A pergunta que fica é: até quando o povo de Cáceres vai pagar pela vaidade e pelo jogo político dos que deveriam defender a vida?
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Acompanhe nesta quinta-feira (08), às 19h, a reunião ampliada na Câmara Municipal. O povo precisa saber quem está lutando — e quem está fugindo.
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