23/04/2025 - 21:01 | Atualizado em 23/04/2025 - 21:26
PF e CGU deflagram operação contra fraudes em descontos associativos no INSS
Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, é afastado e pede demissão após investigação apontar cobrança indevida de R$ 6,3 bilhões de aposentados
Reprodução
A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) deflagraram, nesta quarta-feira (23), uma operação contra um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo a PF, os valores eram destinados a entidades e sindicatos que representam aposentados e pensionistas, mas sem a devida autorização dos beneficiários — o que é obrigatório, salvo decisão judicial.
Estima-se que as cobranças indevidas totalizaram R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados de busca e apreensão, seis de prisão temporária e ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão. As ações ocorrem no Distrito Federal e em 13 estados: AL, AM, CE, GO, MA, MS, MG, PR, PE, RN, RS, SP e SE.
Presidente do INSS é afastado e pede demissão
Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, foi afastado do cargo por ordem judicial e, em seguida, pediu demissão. Também foram afastados outros cinco servidores da autarquia. O diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos, é um dos alvos da operação “Sem Desconto”.
"Infelizmente, o INSS não dava conta, ou não deu conta de fazer as fiscalizações necessárias dessas autorizações", afirmou o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, durante coletiva.
Segundo ele, a operação teve início após o aumento significativo nos descontos e nas reclamações de beneficiários. “A grande maioria das pessoas não autorizou os descontos. Eles eram, em sua maioria, fraudados, com uso de falsificação de assinaturas e outros artifícios para simular uma autorização que não existia”, explicou.
Entidades sob suspeita
De acordo com a investigação, 72% das entidades não apresentaram ao INSS a documentação necessária para realizar os descontos. Além disso, a maioria não possuía estrutura operacional para oferecer os benefícios prometidos, como descontos em academias e planos de saúde.
"Essas entidades não tinham nenhuma estrutura para prestar os serviços oferecidos", destacou Vinicius Marques.
Os Acordos de Cooperação Técnica (ACT) entre essas entidades e o INSS foram suspensos. Também foram interrompidos os descontos realizados diretamente na folha de pagamento dos beneficiários.
Como cancelar descontos indevidos
Os aposentados e pensionistas que desejarem excluir descontos de mensalidade associativa podem utilizar o aplicativo ou site Meu INSS. No sistema, devem buscar por "Excluir mensalidade de associação ou sindicato" e seguir o passo a passo indicado.
Também é possível solicitar o estorno de valores por telefone, e-mail (acordo.mensalidade@inss.gov.br) ou pela ouvidoria do INSS, disponível na Plataforma Fala BR. Reclamações também podem ser registradas no Portal do Consumidor.
Comentários
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por Lucas , em 23.04.2025 às 22:21
É o PT fazendo história novamente na corrupção. Recorde em cima de recordes.