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15/04/2025 - 20:30

Trump recua em tarifas, mas endurece contra China e aumenta tensão comercial

Presidente dos EUA suspende taxas por 90 dias após fuga de investidores, mas amplia sanções a Pequim; Xi Jinping resiste e reforça posição da China

Por CNN

Kevin Lamarque

 (Crédito: Kevin Lamarque)
Diante da forte pressão nos mercados, marcada por uma corrida para a venda de títulos do Tesouro no dia 9, o presidente Donald Trump decidiu suspender por 90 dias as tarifas que ele classificava como “recíprocas” — embora, na prática, tenham sido definidas com base no déficit comercial dos Estados Unidos com cada país.

Para tentar amenizar o impacto negativo desse recuo em sua imagem, Trump optou por aumentar ainda mais as tarifas direcionadas à China. A decisão, no entanto, encontrou uma resposta imediata e firme por parte do governo chinês, que intensificou a retaliação com sucessivos aumentos de suas próprias alíquotas a cada novo movimento dos EUA.

Sem conseguir esconder a preocupação com os efeitos em cadeia provocados por suas medidas, Trump passou a repetir publicamente elogios ao presidente chinês, Xi Jinping, reforçando sua esperança em um possível acordo. “Tenho grande respeito por Xi Jinping e acredito que possamos chegar a um entendimento”, declarou Trump, em uma de suas falas mais conciliatórias desde o início da escalada.

A posição da China, porém, é inflexível diante do que considera uma tentativa de humilhação. O governo chinês carrega a memória amarga do chamado “século da humilhação” — período entre os tratados de Nanking (1842) e Wanghia (1844), quando o país foi forçado por potências ocidentais, como Reino Unido e Estados Unidos, a abrir seu mercado.

Apesar da queda inicial da Bolsa de Xangai provocada pela guerra tarifária, a China reagiu rapidamente. Na última semana, os prejuízos foram contidos e até revertidos com a intervenção do chamado “Time Nacional” — composto por fundos soberanos e empresas estatais que passaram a comprar ações de companhias chinesas, sustentando os ativos no mercado.

Embora não deseje prolongar o conflito comercial, Pequim demonstra ainda menos disposição para negociar em desvantagem. Analistas apontam que Xi Jinping se mostra mais preparado e estrategicamente posicionado do que Trump para enfrentar a crise que o próprio líder americano iniciou.

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