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15/04/2025 - 20:27
Daniel Noboa é reeleito presidente do Equador em disputa acirrada com Luisa González
Apesar da vitória, a oposição contestou os resultados, alegando fraude eleitoral
Por BBC News
Reprodução
O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi reeleito neste domingo (13/4) em uma disputa apertada contra a candidata da oposição, Luisa González. Com 90% dos votos apurados, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou Noboa com 56% dos votos contra 44% de González.
Diana Atamaint, presidente da CNE, afirmou que, com a apuração de mais de 90% dos votos, a tendência nos resultados é irreversível, indicando a vitória da dupla do Ação Democrática Nacional (ADN), composta por Noboa e Maria José Pinto.
No entanto, Luisa González não aceitou os resultados e acusou o CNE de fraudar as eleições. A líder do partido Revolução Cidadã pediu uma recontagem e a reabertura das urnas, questionando a liderança alcançada por Noboa, que, segundo ela, não era esperada, considerando que as pesquisas indicavam uma eleição mais equilibrada.
Trajetória de Noboa
Aos 37 anos, Noboa chega a seu segundo mandato com o desafio de combater o crime organizado e revitalizar a economia do país, que enfrentam dificuldades sob sua gestão. Inicialmente, sua popularidade foi impulsionada pela promessa de segurança, mas a situação começou a se deteriorar com o tempo.
Vindo de uma influente família empresarial, Noboa iniciou sua trajetória política há apenas dois anos, surpreendendo ao avançar para o segundo turno nas eleições passadas. Sua imagem de renovação e seu discurso de combate ao ex-presidente Rafael Correa ajudaram a consolidar seu apoio.
Contudo, após 18 meses de governo, a gestão de Noboa se viu desgastada, com promessas não cumpridas e decisões polêmicas. Sua popularidade caiu, principalmente devido aos resultados insatisfatórios nas políticas de segurança, que não conseguiram combater o crescente crime organizado, e à crise econômica que afetou o país.
Apesar dos desafios, Noboa obteve apoio de setores-chave do poder, como as forças de segurança e o judiciário, além de um relacionamento próximo com os Estados Unidos, o que foi evidenciado durante sua visita ao presidente Donald Trump no final de março. Este apoio internacional ajudou a manter seu perfil como líder forte, apesar de sua imagem e das condições do país.
Desafios de segurança e economia
A segurança continua sendo uma das maiores preocupações para os equatorianos, e a violência continua em níveis alarmantes, apesar das promessas de Noboa. O assassinato de Fernando Villavicencio durante as eleições de 2023 aumentou a sensação de insegurança no país, e os avanços nas políticas de segurança têm sido questionáveis.
A economia do Equador também piorou, com o país entrando em recessão técnica em 2024, e a situação energética se agravou, com cortes de energia que afetam a produção e o emprego. A deterioração das condições de vida, a alta da cesta básica e o desemprego elevado agravaram ainda mais os desafios enfrentados pela população.
Apesar dos problemas econômicos e de segurança, Noboa conseguiu manter uma base de apoio significativa, especialmente entre os setores mais influentes do governo e da sociedade. O empréstimo de US$ 4 bilhões do FMI e a contenção da inflação foram medidas que ajudaram a estabilizar sua administração, mas a percepção de frustração por parte de muitos eleitores persiste.
No final, os eleitores decidiram dar uma nova chance a Noboa, apesar dos desafios de sua gestão, o que garantiu sua reeleição.