O dólar voltou a disparar nesta
terça-feira (8), fechando a R$
5,99, após os
Estados Unidos confirmarem a aplicação de uma nova tarifa de 50% sobre produtos importados da China. A medida, somada às tarifas anteriores, faz com que a carga tributária total sobre itens chineses atinja
impressionantes 104%. As novas tarifas entram em vigor
já nesta quarta-feira (9), segundo informou a
Casa Branca.
Com isso, o dólar atingiu seu
maior valor desde 21 de janeiro de 2025, quando havia fechado a R$ 6,0302. A tensão no cenário internacional também derrubou o
Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, que recuou
1,32%, aos 123.932 pontos. Na mínima do dia, o índice chegou a 123.454.
A escalada tarifária teve início após declarações do ex-presidente Donald
Trump, que havia prometido a aplicação de tarifas extras caso a China não recuasse das medidas retaliatórias anunciadas após o chamado "tarifaço", revelado na semana passada.
“Se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, escreveu Trump em sua rede social.
A China, no entanto,
não cedeu. Durante a madrugada, autoridades chinesas afirmaram que
não voltarão atrás e que estão preparadas para
responder aos aumentos tarifários.
“Não há vencedores em uma guerra comercial ou uma guerra tarifária. O protecionismo não oferece saída", afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Internacionais chinês,
Lin Jian.
Horas depois, Trump voltou a provocar, dizendo que a China "quer muito fazer um acordo, mas não sabe por onde começar". “
Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu em sua rede social.
Dólar e Ibovespa: os números do dia:
💲
Dólar
- Subiu 1,47%, cotado a R$ 5,9973
- Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0053
Acumulado:
- Semana: +2,77%
- Mês: +5,11%
- Ano: -2,95%
📉
Ibovespa
- Caiu 1,32%, aos 123.932 pontos
- Mínima do dia: 123.454 pontos
Acumulado:
- Semana: -2,61%
- Mês: -4,86%
- Ano: +3,03%
EUA priorizam aliados, Europa tenta evitar guerra comercial
O assessor econômico da Casa Branca,
Kevin Hassett, afirmou que os EUA estão priorizando aliados como
Japão e Coreia do Sul nas negociações comerciais. Já a
União Europeia reiterou que deseja evitar uma escalada tarifária e um conflito econômico mais amplo.
Mesmo após a Casa Branca rejeitar a proposta da UE de adotar uma política de “tarifas zero” para bens industriais,
um porta-voz europeu declarou:
"Estamos esperando que nossos colegas americanos se envolvam de forma significativa nas negociações".