Jornal Oeste

O Hospital Regional de Cáceres, referência para a região oeste de Mato Grosso, enfrenta uma crise alarmante. A unidade, que deveria garantir atendimento digno à população, está mergulhada no caos: faltam insumos básicos como seringas, algodão, escalpes e até dipirona.

Relatos internos apontam para um cenário de desabastecimento crítico, onde materiais essenciais para os atendimentos simplesmente não estão disponíveis. "Tá faltando muita coisa. Não tem seringa de dez, não tem algodão, dipirona acabou... Criança chora porque não tem escalpe, tem que coletar com agulha. O hospital tá largado!"

A situação crítica se agrava com a instabilidade na gestão. Em dezembro de 2024, a Polícia Federal deflagrou a Operação Panaceia, que investiga um esquema de fraudes e desvio de dinheiro do SUS. O então diretor, Onair Nogueira, foi preso e exonerado poucos dias depois. Em seu lugar, o governo nomeou Larissa Marques do Amaral Oliveira, que permaneceu no cargo por apenas um mês. Em janeiro de 2025, ela foi substituída por Wellyngton Alessandro Dolce, servidor de carreira da Secretaria de Estado de Saúde.

Após a exoneração de Onair Nogueira, o Governo do Estado de Mato Grosso já fez duas trocas na liderança do hospital. Apesar da expectativa de melhorias, a situação só tem piorado, com denúncias de falta de materiais básicos e um ambiente de incerteza dentro da unidade.

A crise no hospital atinge não só os funcionários, que precisam se virar sem recursos, mas principalmente os pacientes, que chegam buscando atendimento e encontram uma estrutura debilitada. "São dois hospitais, o Regional e o anexo São Luís, e os dois estão no mesmo abandono. Falta de tudo!"

A pergunta que não quer calar: se a gestão mudou, por que os problemas continuam? Para onde está indo o dinheiro da saúde? Enquanto o Estado não dá respostas, médicos, enfermeiros e pacientes seguem lutando – muitas vezes, sem o mínimo necessário para salvar vidas.