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10/07/2024 - 11:10 | Atualizado em 10/07/2024 - 11:28

Cacerense vai todo ano em Cuiabá para visitar local onde filho foi morto com outros dois menores há 26 anos

Por Kessillen Lopes, Helena Corezomaé, g1 MT

TVCA

 (Crédito: TVCA)
10 de julho de 1998, Adileu Santos, Reginaldo Magalhães, Edgard Arruda e um quarto menino que não foi identificado, com idades entre 13 e 16 anos, dormiam em um degrau localizado no Beco do Candeeiro, no Centro de Cuiabá, quando foram surpreendidos com vários disparos de arma de fogo e três deles morreram.

Nesta quarta-feira (10), o crime completa 26 anos, e Maria dos Santos Silva, de 74 anos, mãe de Adileu, voltou ao local do crime para pedir, mais um vez, justiça pelo assassinato do filho e seus colegas.
 
Maria é moradora de Cáceres, a 220 km da capital, mas, desde a morte do filho, ela viaja para Cuiabá para cobrar as autoridades e manifestar a indignação pela perda de Adileu.
 
"Peguei carona para conseguir chegar até aqui. Todos os anos viajo em busca de justiça e não vou parar. Enquanto eu tiver vida, não vou parar. Vou lutar até a morte. Trabalhei muito para criar ele, era meu filho mais novo, e hoje não tenho ninguém. Meu sofrimento é muito grande", ressaltou.

Até hoje não está claro a motivação do crime. O único sobrevivente do grupo alvejado pela polícia participou do julgamento popular, em 2014, e reconheceu o policial militar Adeir de Souza Guedes Filho como o responsável pelas mortes dos garotos. Segundo a denúncia, o militar teria usado uma pistola para matar os garotos na rua. Ele foi o único levado ao julgamento, mas foi inocentado por falta de provas.
 
"Até hoje nada aconteceu e pra gente que é mãe isso é muito triste. Mataram crianças", disse Maria dos Santos.
 
Corezomaé
 
Um livro escrito pelo jornalista Johnny Marcus, a respeito da chacina, conta que a investigação não chegou a lugar algum, pois esse era exatamente o objetivo do Ministério Público e da Polícia Civil e Militar, à época. Os autos do processo, conforme o autor, revelam uma investigação mal conduzida e caótica.
 
Uma estátua dos três meninos assassinados foi instalada na Praça Senhor dos Passos e é um tributo aos adolescentes.
 
O Beco
 
 
O Beco leva esse nome por causa de um candeeiro na porta da Taverna, à época era chamado de Casa do Truque.
 
Em 1919, o beco teve a primeira instalação de energia elétrica já que era considerada como a rua mais importante de Cuiabá.

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