Era primavera de 1984, o país passava por transformações na área política e o estado do Mato Grosso, inaugurava à pavimentação total das rodovias federais 070 de Cuiabá até Cáceres e à 174 desde Cáceres até Porto Velho sobrepondo um trecho da 364 em Comodoro.
As estações rodoviárias de Rondonópolis ; Cuiabá e de Cáceres fervilhavam de migrantes chegando ao território mato grossense, à busca de oportunidades nas mais diversas áreas.
É nesse ambiente que desembarca o então jovem catarinense Álvaro Américo Sabatini Rocha, recém formado em bioquímica pela conceituada Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis.
Natural Lages, Álvaro deixou para trás familiares e amigos. Ele também se distanciou das terras dos pinhais e das praias mais belas do litoral brasileiro.
Em Cáceres viu se obrigado a se adaptar aos elevados termômetros que atingem 40 graus Celsius na maioria do ano.
Sabatini Rocha, não havia planejado ficar na Princesinha do Paraguai, inicialmente mirava o Território Federal do Guaporé, recém elevado à categoria de estado em homenagem a Rondon, passou a se denominar estado de Rondônia.
Após percorrer as ruas apertadas da área central da cidade, encantado com o mosaico de casarões com arquiteturas francesas; espanhóis: lusitanas; holandesa e até a italiana no caso à Casa Rosada, fez sua opção esquecendo à longínqua Rondônia.
Eis ainda no hotel recebe a informação que o bioquímico João Batista da Costa casado com a cacerense Carmem Castrillon, estava vendendo o único laboratório da cidade, partindo de mala, cuia, caniço e samburá para longe de Cáceres.
Álvaro não pensou duas vezes, firmou os dois pés nos estribos do matungo que não deixou passar arreado, correu à mão na guaiaca que guardava suas economias e ali, na mascada, no pulo do gato, na pórva, no catirete , na borracha pagou alguns milhares de cruzeiros ao vendedor, se tornando mais um filho adotivo de Vila Maria do Paraguai, ora Fasfavoo .
Não demorou muito o destino lhe reservou uma chinoca pantaneira, filha de pais goianos que já estavam estabelecidas em Cáceres, Martha Silveira, irmã de Aristides, filha do pecuarista Mozar Quirino da Silveira que a exemplo de Álvaro chegou à caça de oportunidade trazendo seu sonho dentro de um Jeep, veio e venceu deixando um rico legado à gente cacerense.
Pois bão! Álvaro se casa com Marta que altera o sobrenome da Silveira Rocha, que dessa união brotam Leandro Peska e Amanda médica dermatologista atua no norte das Minas Gerais, no município de Montes Claros já nas bordas do estado da Bahia.
O empreendimento de Álvaro evoluiu com muita dedicação e profissionalismo, hoje o laboratório é referência na área de saúde, não somente em Cáceres, mais em toda vasta região do Oeste de Mato Grosso.