Assim como no cotidiano de nossas vidas, onde as consequências são frutos de nossas escolhas, na política, em particular, em uma articulação para a disputa de um mandato, errar na escolha de um candidato a prefeito ou de um partido, pode ser uma derrota antecipada. Sete dos 15 vereadores de Cáceres fizeram suas escolhas e na minha avaliação, a maioria acertou e tem boas chances de reeleição. São eles, Pastor Júnior (PL), Rubens Macedo (UB), Luiz Landim (UB) e Isaias Bezerra (Republicanos). Franco Valério (PSB), Flávio Negação (MDB), Professor Leandro dos Santos e Marcos Ribeiro do PSD, correm o risco de virar plateia na Câmara. A parte boa é que eles ainda podem pular do barco já que o prazo de envio do FiliaWeb vai até o próximo dia 14.
Exemplo
O vereador Franco Valério (PSB) teve seu nome circulando em vários partidos. Sendo do PROS, que foi fundido ao Solidariedade, ficou à deriva. Dentre tantos partidos, escolheu o que tem a melhor estrutura, o PSB. A única análise que ele não fez é a de que, via de regra, vereadores candidatos à reeleição não repetem os votos, a não ser os que tem eleitorado consolidado, como a vereadora Valdeníria Dutra Ferreira (PSB) e Domingos dos Santos (PSB). Até o vereador Manga Rosa (PSB), teve mais votos que ele na eleição passada. Como diz o ditado, escolheu tanto, que foi escolhido. Para mim, o vereador Flávio Negação também errou na escolha.
Pode dar ruim
Outros vereadores que por conta do destino estão com suas reeleições ameaçadas é o Cézare Pastorello (PT) e Mazeh Silva (PT). O distanciamento da Federação Brasil da Esperança da gestão da prefeita Eliene deixou o PV, o partido que mais teve votos em 2020 na Federação, sem candidatos. A saída do Landim para o UB torna o quociente eleitoral quase impossível de ser atingido. Para a direita bolsonarista, aquela que Pastorello chamou de Patetas na frente do 2BFron, essa derrota da esquerda valerá como uma vitória da direita, igual o caso dos Conselheiros Tutelares.
Vereadores
Os anos de cobertura do dia a dia da política de Cáceres me permitem fazer uma previsão em relação aos partidos que certamente irão eleger vereadores. O PL, PP, PSB, União Brasil e Republicanos, vão eleger de dois a três vereadores cada. Hipoteticamente, sobrariam cinco vagas para os demais partidos.
Prefeita
A prefeita de Cáceres, Eliene Liberato Dias (PSB), provou que não se tornou a primeira prefeita eleita da história da cidade ao acaso. Sentada na mesa da sua cozinha, montou um bloco forte para dar suporte ao seu projeto de reeleição. Por enquanto, tem o apoio do Republicanos do ex-deputado doutor Leonardo, do União Brasil do governador Mauro Mendes e do Podemos. Os quatro partidos possuem as chapas mais fortes para vereador. O PSB que já tinha Valdeniria, Domingos e Manga Rosa, ganhou o reforço de Franco Valério. Já o União Brasil, que perdeu Flavio Negação e professor Leandro dos Santos, ganhou Luiz Landim e Rubens Macedo. Também estão lá o ex-prefeito Masato Nakahara e o ex-vereador Felix Alvarez. A legenda ainda recebeu os secretários Wesley Lopes de Infraestrutura, Vitor Miguel da Saúde e a coordenadora da Educação, Luciana Crepaldi. No time feminino do partido também estão as colegas Marieli e Rosane Michelis do Jornal Correio Cacerense.
Empacaram
Dos seis pré-candidatos a prefeito de Cáceres, apenas a prefeita Eliene Liberato Dias (PSB) e o ortopedista Vicente Palmiro (MDB) se movimentaram forte na semana que passou. Os demais simplesmente desapareceram dos ambientes públicos da cidade. Na apareceram em missas, cultos e eventos. Se quiser esconder deles, basta ir a zona rural. Lá que eles não colocaram os pés mesmo. Essa inercia alimenta mais ainda a tese que a maioria vai jogar a toalha. Nos bastidores são fortes os rumores de que a Federação Brasil da Esperança não lançará mais candidato a prefeito. Também são fortes rumores de que o PP e o PSD também não lancem. A leitura de interlocutores políticos é de que a disputa fique entre o ex-prefeito Francis Maris (PL), Vicente Palmiro (MDB) e Eliene Liberato Dias (PSB). Conversando com um experiente interlocutor político sobre para onde iria o apoio dos que recuarem, ele aposta que o PP pode ir com Francis, o PSD se dividiria entre Vicente Palmiro e Francis, e a Federação pode compor com a prefeita Eliene.
Vices
Até junho os candidatos que irão concorrer de fato terão que escolher os seus vice. O ex-prefeito Francis Maris sonha em ter na chapa a empresária Bianca Jorge da Cunha. Já a prefeita Eliene está em uma situação mais confortável. Pode escolher entre cinco nomes. Do Republicanos as opções são Taisir Karim, Odenilson Silva e doutor Leonardo. Do União Brasil, ela tem Luiz Landim e Masato. Como já disse em edições anteriores, o melhor é doutor Leonardo. Na semana passada muitos interlocutores me procuraram para falar sobre isso e a maioria concordou comigo. Um deles, ainda comentou sobre a minha tese de Leonardo virar prefeito sem gastar nenhum centavo. Acrescentou que como vice, Leonardo pode inclusive voltar a ser candidato a deputado estadual ou federal com apoio do grupo da prefeita.
Palmiro
Fiz questão de acompanhar os bastidores do lançamento da pré-candidatura a prefeito do ortopedista Vicente Palmiro (MDB). Duas coisas me chamaram a atenção. Apesar de convidá-los, não deixou os adversários presentes no ato nem subirem no palanque, atitude digna de aplausos. O marketing e a comunicação da pré-campanha é de primeiríssima qualidade, padrão deputada Janaina Riva. Discurso perfeito. Não atacou adversários e mostrou que está preparado para a disputa e para governar a cidade. Para mim, de todas as jovens promessas da política de Cáceres, ele é a melhor até o momento. E acho que pelo nível dos simpatizantes que compareceram ao evento, não sou apenas eu que cheguei a essa conclusão. Ainda bem que Marcinho Lacerda afugentou um monte de malas da política que certamente iriam contaminar o rapaz assim como fizeram com doutor Leonardo e Sérgio Arruda que se deixaram seduzir. Só teve uma falha no ato. Tinha que ter dado a fala para os pré-candidatos a vereador.