Há meses, falando com interlocutores políticos de Cáceres, previ que a conclusão de uma série de pavimentações asfálticas potencializaria o projeto de reeleição da prefeita Eliene Liberato dias (PSB). Também disse que os chamados oportunistas políticos iriam se dar conta disso e iriam querer pegar carona. Pois bem, na semana passada começaram a aparecer ‘pais das obras’. O meu primo, vereador Celso Silva (Republicanos), disse que a pavimentação da Rua da Membeca, é fruto do seu esforço pessoal. Isso não é verdade. Em 2022, testemunhei a prefeita Eliene Liberato Dias (PSB), mostrar a importância da obra ao governador Mauro Mendes (UB) que de pronto pediu o projeto e de forma rápida liberou R$ 5,9 milhões. A liberação foi precedida da indicação do então deputado estadual Túlio Fontes (PSB). Como Túlio era suplente, o recurso foi retirado de uma emenda do deputado estadual Max Russi (PSB). Como disse Jesus, ‘a César, o que é de Cesar’.
Mexida
O racha no União Brasil só falta a data. Devem deixar a legenda o deputado estadual Eduardo Botelho, o senador Jayme Campos, o deputado estadual Júlio Campos e o deputado estadual Dilmar Dal Bosco. Essa manobra terá efeito em todo Estado, inclusive em Cáceres. O vereador Flavio Negação e o suplente Thomas Canelas tendem a seguir seus patrocinadores, Botelho e Júlio Campos. Botelho, que lidera para prefeito em Cuiabá, tem convites do PP de Blairo Maggi, Republicanos do vice-governador Otaviano Pivetta, do PSB de Max Russi e do recém fundado PRD.
Troca-troca
Mas, as mudanças de partidos vão ocorrer em massa em março quando acontecerá a ‘janela’ para mudanças de legendas. Vereadores como Lacerda do Aki (PRTB), Rubens Macedo (PRD), professor Leandro dos Santos (UB) e Franco Valério (PROS), vão ter que procurar um partido que tenha chapa de vereador se quiserem ir a reeleição.
Mascarás
Nos últimos dias, os bastidores políticos de Cáceres vem sendo marcados por revelações de traições e desacordos. Meus irmãos de fé, os vereadores Jerônimo Gonçalves (sem partido) e Celso Silva (Republicanos) são exemplos disso. Jerônimo matou a fome dele e da família graças às benesses da prefeita Eliene, durante três anos. Acabou a mamata, acabou a amizade. Para ele agora Eliene é esquerdista e já vai pular no colo do seu antigo senhor, o ex-prefeito Francis Maris (PSDB). Celso Silva, ensaiando ser o substituto do vice-prefeito Odenilson Silva, também tomou um caminho errado, de ser mal agradecido por tudo que a gestão fez por ele. A política adora uma traição, mas nunca perdoa os traidores. Fica o recado...
Francis
Por falar no ‘Rei da Coxinha’, o ex-prefeito de Cáceres ainda não está fora do páreo. A condenação eleitoral que ele sofreu pode ser resolvida com o pagamento da multa, e grana ele tem. O desafio dele é conseguir um partido para disputar as eleições. Se conseguisse entrar no União Brasil, do governador, criaria no Paiaguás um problema para Mauro Mendes com os seus principais aliados da AL em Cáceres, os deputados estaduais Valmir Moretto (Republicanos) e Max Russi (PSB). E visando o senado em 2026, Mauro sabe que Francis não dá palanque para ninguém, pelo contrário. Prova disso foram os resultados pífios como cabo eleitoral dos ‘xodós’ Cláudio Henrique (2018) e Paulo Donizete (2020).
Melhor jogada
Para mim, essa é a melhor opção para o ex-prefeito. Indo para o PL, Francis mata dois coelhos com uma cajadada só. Tira o concorrente bolsonaristas Vicente Palmiro da disputa e concentra os votos da direita. Particularmente, os pecuaristas de Cáceres preferem Francis, e o presidente do PL, Ricardo Castella, não esconde isso. Vicente é herdeiro, nunca administrou nada e a turma do boi gosta de resultados. Já prevejo novo vazamento de áudios do ‘Rei da Coxinha’ pedindo doação de caminhão de vacas, de novo, para financiar campanha.
Momento atual
Com o início do ano eleitoral, já começa a afunilar para as composições com vistas a disputa da prefeitura de Cáceres. Partidos que tem condições de lançar candidatos, já mostram os nomes, de olho no fundo partidário milionário. Outros, buscam composição para poder participar da futura gestão. Nesse aspecto, eu tenho um pouco de culpa no sucesso do PSD em sair tirando gente de todos os grupos. Dei o nome ao filho do Zezinho de ‘Irajá Rasgando Dinheiro Lacerda’ e agora todo mundo quer pegar uma parte dessa bolada também.
PSD
Apesar de estar crescendo, esse grupo não tem militância e não sustenta sozinho uma candidatura para prefeito. Como disse, o vereador professor Leandro dos Santos (UB) vai garantir a sua reeleição com os pré-candidatos que estão vindo atrás de legenda no PSD. Porém, na hora H, se for para indicar um vice, o nome mais cotado é o do contador Enézio Mariano. Lulista de carteirinha, fecharia uma excelente composição com o PT tendo candidato à majoritária.
PT
E no PT, há dois grupos indicando o nome do vereador Cézare Pastorello para concorrer a prefeito este ano. Um grupo que defende candidatura própria do partido a todo custo, como uma tradição, e não está nem aí para o resultado, e outro grupo que quer tirar uma reeleição quase certa de Pastorello à Câmara de vereadores. Dos quatro vereadores que voltaram à Câmara em 2020, Cézare foi o mais votado, ficando em 4º lugar entre os 15. Eu considero que o atual mandato dele foi ainda melhor que o anterior, tendo em vista que o prefeito não é o Francis.
Deus, pátria e família
Se a coisa não está boa para os bolsolóides de Cáceres, cujo o ‘orificio corrugado’ não passa atualmente nem agulha por conta das delações dos baderneiros de 8 de janeiro presos, pior ainda está para os que, além de bolsolóides, são homofóbicos. O Ministério Público Estadual denunciou o Pastor Sargento Fiscal do Furico Alheio Gualterney Campos de Morais e o Pastor Izaque Alves Barbosa pelo crime de homofobia. Os crimes foram cometidos quando os vereadores Pastor Júnior (Cidadania), Isaías Bezerra (Cidadania) e Lacerda do Aki (PRTB) organizaram uma audiência pública para discutir um projeto de lei que nem era deles, o Dia do Orgulho LGBT, em abril do ano passado. Esses dois foram com força e ainda acharam bonito as redes bolsolóides reproduzindo os vídeos de falas homofóbicas deles.
Efeito
Por falar no multifunções Gualterney, ao que tudo indica, fará companhia, também, ao seu ídolo Bolsonaro, ficando inelegível. Se não devolver aos cofres públicos R$ 86.245,80, usados indevidamente, segundo o TRE, na campanha de 2022, não vai poder concorrer ao cargo de vereador este ano. Aliás, Gualterney teve votos suficientes em Cáceres para atrapalhar a eleição de um deputado federal, não colocou um centavo do bolso, usou apenas dinheiro público na campanha e fez tudo isso para se projetar para vereador, cargo que não poderá concorrer. O mundo não gira, capota. O dos bolsolóides está um liquidificador.