Como profissional,
acompanhei de perto as transformações que nossa
terra viveu entre o campo e as águas. A
piscicultura, que há alguns anos parecia apenas
uma promessa distante, hoje se mostra como uma das grandes
oportunidades de desenvolvimento sustentável para
Cáceres. Tenho visto pequenos agricultores, antes limitados
à pecuária e à lavoura, conquistarem autonomia e renda com a
criação de peixes. Programas como o
“Peixes do Pantanal”, criado pela Lei Municipal
nº 2.603/2017, trouxeram um novo fôlego ao meio rural, oferecendo apoio técnico e maquinário.
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Na
minha opinião, essa é uma das políticas mais acertadas dos últimos tempos, pois une
tradição e inovação. Também destaco a importância da Lei
“Porteira Adentro”, que permite o uso de
máquinas públicas nas propriedades
rurais. Sem esse incentivo, muitos dos produtores não teriam condições de abrir tanques e iniciar sua produção. Estudos mostram que
Cáceres possui enorme potencial para
piscicultura, principalmente com espécies nativas como o
pacu e o pintado e acredito que isso precisa ser mais explorado, inclusive em diversas comunidades com
potencial para a criação, onde há gente trabalhadora e
disposta. Programas estaduais, como o
PROPEIXE, também são aliados importantes.
Cáceres sempre viveu sob a
sombra do rio Paraguai e das águas do Pantanal, onde a
pesca é parte da
cultura regional. Mas, mais que
extrair no rio, muitos moradores começam a enxergar na
piscicultura, uma alternativa complementar para
diversificar renda, fortalecer a
agricultura familiar e manter viva as tradições.
Pesquisas apontam que em
Cáceres se cultiva a
tambatinga (
hibrido do cruzamento do
Tambaqui e a Pirapitinga) e outras espécies adaptáveis em menor escala. O desafio é
equilibrar produção com
sustentabilidade, evitando impacto negativo nos rios e
ecossistemas do Pantanal.
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Um dos principais
entraves enfrentados pelos criadores é a
disponibilidade de maquinário (que é o maior
investimento), embora exista escavadeira para construção de
tanques, demanda, logística e manutenção limitam o
atendimento imediato a todas as comunidades. Os produtores
precisam de assistência técnica, orientação de manejo, controle de
doenças e suporte na
comercialização do pescado. O valor da
ração, que é também outro entrave, quase inviabiliza a produção, mas, a
cooperação entre universidades, órgãos públicos e entidades rurais,
seria uma saída para auxiliar a viabilidade da atividade.