População banalizou assunto e casos graves de dengue aumentaram 817% em 1 ano
Rose Domingues
Da Redação
O número de casos graves de dengue aumentou 817% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram apenas 17 notificações, entre 1º de janeiro e 25 de março de 2008, contra 139 este ano. Desse total, 55 foram confirmados, 84 ainda estão sob investigação e 133 evoluíram para cura. A quantidade de óbitos também preocupa. Até o momento, 6 pessoas morreram, quase a metade de todo ano anterior, que contabilizou 13 óbitos. A faixa etária mais atingida é menores de 10 anos, em seguida, os idosos.
A coordenadora da área na Secretaria de Estado de Saúde, Maria de Lourdes Girardi, diz que uma das justificativas para o problema é reintrodução de sorotipos da década de 90 em Mato Grosso, o que aumenta as chances de contágio na versão de febre hemorrágica, principalmente em crianças e pessoas que já tiveram a doença mais de 3 vezes.
Ela afirma que nos últimos 3 anos, apenas o sorotipo 3 atingia a população, mas este ano esse quadro pode ter se invertido e estar novamente em circulação também os tipos 1 e 2. Amostras de exames foram enviadas ao Instituto Evandro Chaves, em Belém do Pará, onde fica o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Febres Hemorrágicas Virais, mas não houve resultado ainda. "Os fatores ambientais não mudaram, agora percebemos que a população banalizou muito assunto, deixando que os criadouros do mosquito se multiplicassem".
Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado ontem pela SES, em Cuiabá, foram registrados 50 casos graves, sendo que 35 estão sob investigação, 15 foram confirmados e 48 estão evoluindo para cura. Houve 2 óbitos. Já em Várzea Grande, a segunda maior cidade, 39 casos graves tiveram notificação, com 21 deles em investigação e outros 18 confirmados. Todos evoluíram para cura. No terceiro maior município, Rondonópolis (200 km ao sul da Capital), foi registrado 1 caso grave que está sob investigação e evoluiu para cura. As notificações somam 3.928 casos de dengue clássica, uma queda de 29% em relação aos 5.563 casos no mesmo período do ano anterior.
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