PF prende 2 delegados e 8 policiais em operação em SC
Fabricio Escandiuzzi
Direto de Florianópolis
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira oito policiais e dois delegados durante a Operação Arrastão, desencadeada para combater os crimes de exploração de jogos de azar em municípios de Santa Catarina.
Entre os presos estão o delegado Wilson Carvalho, de Tijucas, e o delegado regional de Brusque, Ademir Braz de Souza. Um policial civil e sete militares, cinco destes da cidade de Tijucas, também estão entre os 21 presos na operação.
Desde o início da manhã, 250 agentes da Polícia Federal cumpriram 19 mandados de prisão preventiva, 46 de busca e apreensão e outros 12 de seqüestro de bens, como automóveis, imóveis e aplicações bancárias. Foram encontrados na casa de um dos suspeitos R$ 3 milhões em dinheiro e cheques, em Brusque, cidade localizada a cerca de 100 km de Florianópolis.
A ação foi desencadeada após investigações do Ministério Público de Santa Catarina. A suspeita é de que o empresário Aleander Müller, apontado como o líder do esquema, teria pago propina a policiais para manter as casas de jogos nas cidades de Brusque, Blumenau, Itapema, Tijucas, Balneário Camboriú e São João Batista.
Todos os suspeitos já foram encaminhados à sede da Polícia Federal em Florianópolis, onde, às 15h, prestavam depoimentos.
De acordo com nota divulgada pelo MP, as investigações iniciaram há um ano para apurar o contrabando de placas de máquinas caça níqueis. No decorrer das apurações foram verificados "indícios de corrupção passiva e ativa de policiais militares e civis".
O delegado-chefe da Polícia Civil, Maurício Eskudlark, comentou sobre o envolvimento de policiais e dois delegados na operação da PF e destacou que espera a apuração do caso para tomar as providências. "Paralelamente estamos investigando a suposta participação de agentes da Polícia Civil neste lamentável episódio para decidirmos qual procedimento adotaremos", destacou.
Especial para Terra
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