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30/04/2009 - 00:00

Escolas estaduais dominam desempenho deficiente no ranking do Enem em MT

Renê Dióz As escolas estaduais mato-grossenses fizeram feio no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre instituições federais, municipais e particulares. Em Mato Grosso, de acordo com o ranking divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), as particulares ocupam a lista desde o topo até que, apenas na 54ª posição, desponta a estadual La Salle, de Rondonópolis, como a primeira entre as estaduais, num universo total de 555 unidades de educação em geral no Estado. No rol de instituições públicas, à frente da La Salle aparecem apenas 3 escolas federais e uma municipal - as demais são todas instituições particulares. O desempenho negativo das estaduais no Enem não é uma tendência apenas em Mato Grosso, mas nacional. O próprio ministro da Educação, Fernando Haddad, chamou a atenção para o ranking, relacionando o baixo desempenho dos alunos à falta de investimentos dos governos estaduais. Basta analisar o topo e o fim da lista referente a Mato Grosso para se ter a dimensão do problema. Entre as 10 melhores escolas classificadas no exame, a primeira e a segunda são particulares de Cuiabá. Apenas uma pública – federal – encontra-se nessa dezena, no caso, o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), também na Capital. De acordo com o diretor do melhor colégio mato-grossense no ranking (que é apenas o 294º na classificação nacional), Sidney Farina, da Escola do Farina, o bom desempenho no Enem foi reflexo da gestão. “A escola é pequena, possui menos alunos em comparação com as demais e seu nível de cobrança é mais elevado”, resume o diretor. Farina descarta que a condição socioeconômica da maioria de seus alunos, de famílias abastadas da Capital, seja fator essencial na aprendizagem. “A condição socioeconômica não constitui uma parcela do sucesso ou insucesso. Depende da conduta do aluno”, defende Farina, citando que existem famílias abastadas com filhos totalmente desorientados na escola. Já no fim da lista de Mato Grosso, as estaduais monopolizam os 19 últimos lugares. A última colocada é a Estadual Indígena São José, da aldeia do Sangradouro, no município de General Carneiro (a 442 quilômetros de Cuiabá). A escola também está entre as 5 piores do Brasil. A pior escola estadual não-indígena do Estado é a Garcia Garriudo Fermino, antepenúltima no ranking estadual, localizada na área urbana de Peixoto de Azevedo (691 km de Cuiabá). Das estaduais localizadas em Cuiabá, a pior colocada é a Professora Joaquina Cerqueira Caldas, no bairro Poção, onde o Ensino Médio foi implantado apenas recentemente para os alunos outrora incluídos no Ensino de Jovens e Adultos (EJA). “Nessas condições, dou até parabéns para eles”, diz o diretor Jurandy Pinto ao se referir aos alunos – que são, em geral, chefes de famílias de baixa renda. Segundo o diretor, há alunos que já são avós. O secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes, explica que o modelo educacional falho do Ensino Médio se estende a toda a América Latina, mas também enxerga com ressalvas a classificação das escolas de Mato Grosso. Ele aponta que as particulares selecionam os alunos que farão o Enem, ao contrário das estaduais, nas quais os estudantes fazem questão de participar para disputar bolsas como as do ProUni. Imprimir