Imprimir

Imprimir Artigo

30/04/2009 - 00:00

Denunciada, sobrinha de Uemura é achada morta

ADILSON ROSA Da Reportagem O corpo da estudante de Direito Eiko Nayara Uemura, de 23 anos, foi localizado na manhã de ontem, no Portão do Inferno, na Rodovia Emanuel Pinheiro, próximo a Chapada dos Guimarães (cidade a 65 quilômetros da Capital). A jovem era sobrinha do empresário Júlio Uemura e, junto com o tio, foi denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE) durante a Operação Gafanhoto. Segundo o Gaeco, ela aparecia no esquema como “laranja” e foi denunciada por formação de quadrilha e estelionato. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio, mas investigará as circunstâncias da morte. Testemunhas ouviram um barulho, por volta das 4h, e encontraram um carro Peugeot 206 prata estacionado na área do ponto turístico, aberto. No banco do motorista, policiais localizaram o crachá funcional da estudante e um bilhete de despedida, além de uma mochila com roupas. Ela estagiava no Fórum Criminal da Capital. No bilhete, escrito em letras garrafais em duas folhas de caderno espiral, Eiko agradece a uma amiga e uma tia, chamadas Glenda e Neide, respectivamente. Os militares vasculharam o Portão do Inferno e localizaram o corpo, que ficou enroscado a cerca de 45 metros do solo – a profundidade total do local é superior a 90 metros. “O corpo ficou parado num local de difícil acesso”, explicou um dos policiais. Para retirar o corpo, policiais e soldados do Corpo de Bombeiros se dividiram em duas equipes. Uma desceu o paredão, para localizar onde a jovem caiu. A outra ficou na parte de cima, onde içou uma corda com uma maca para fazer o resgate. O delegado João Bosco de Barros, que esteve no local, informou que os indícios são de um suicídio. “O laudo dos peritos é que vai determinar. Vamos esperar também o laudo de necropsia para saber se houve algum tipo de violência”, informou. O sumiço da estudante de Direito foi percebido ontem de manhã pelo tio com quem mora. Ela não dormiu em casa e não atendeu ao celular. A partir daí, avisou o restante da família. A estudante costumava dormir na casa de amigas. Anteontem, ela chegou a dar carona a uma delas, mas não disse aonde iria. “Ela pegou o carro da prima para ir até a Unic, onde estudava, e levou uma amiga”, disse um policial. Durante a Operação Gafanhoto, oito pessoas foram presas, incluindo o tio de Eiko. Ao todo, 30 pessoas foram denunciados por estelionato, formação de quadrilha, tráfico de influência, corrupção e extorsão, entre elas o ex-deputado e apresentador de TV Walter Rabello. Também são apontados como integrantes da quadrilha cinco policiais civis. O empresário Júlio Uemura usava “amplamente” o nome da sobrinha em empresas-fantasmas, conforme denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MPE). Ela constava como sócio das empresas MX Comercial de Alimentos Ltda., “instalada” em um barracão em Várzea Grande, e da Eikon Atacado de Alimentos Ltda., localizada no endereço da empresa fantasma Sewal. De acordo com o MPE, o empresário Julio Uemura seria o ‘cabeça’ da quadrilha, que utilizava laranjas e empresas fantasmas para adquirir mercadorias de grandes fornecedores do país e não pagar os produtos. (Colaborou: Keity Roma) Imprimir