23/05/2025 - 00:44 | Atualizado em 23/05/2025 - 00:03
Pai pede justiça após morte da filha por negligência na UPA de Cáceres MT
A tragédia que chocou Cáceres/MT e ganhou repercussão nacional após a publicação do Jornal Oeste, ganha novos contornos de revolta e dor: o pai da criança de apenas 5 anos, que faleceu na UPA após atendimentos superficiais e falta de vaga em UTI, gravou um vídeo comovente onde denuncia o descaso:
“O sistema não quis salvar a minha filha. Ficaram todo mundo de braços cruzados vendo a situação agravar e não fizeram nada".
A dor é evidente nas palavras de um pai dilacerado pela impotência:
“Eu vi minha filha sofrendo todos os dias e eu não pude fazer nada”.
Em meio à sua angústia, ele clama:
“Eu quero justiça pela minha filha. Não vai voltar ela, não vai voltar. Mas o mínimo que eu devo a ela é fazer justiça, porque minha filha tinha cinco anos, tinha uma vida pela frente, tinha sonhos; eu tinha sonhos com ela, nós tínhamos planos. E agora? Acabou né. Acabou tudo. Porque a menina que tinha sonhos pela frente, o Estado deixar acontecer o que aconteceu, é difícil.”
O caso da pequena vítima não é isolado. Em Cáceres, a negligência médica se naturalizou e se normalizou, sendo recorrente o relato de famílias que perderam entes queridos por falta de atendimento adequado, o que acendeu um debate necessário sobre o estado calamitoso da saúde pública no município.
Todo mundo já passou por situação semelhante ou conhece alguém que morreu por negligência, e, por muito tempo, a população se manteve em silêncio. Agora, esse silêncio se quebrou: os cidadãos estão ganhando voz e sendo ouvidos pela mídia, denunciando o colapso e a falência do sistema público de saúde.
A indignação popular cresce, exigindo mudanças estruturais e punição aos responsáveis por uma tragédia que poderia ter sido evitada.
A dor desse pai virou símbolo de uma cidade inteira: “Não podemos aceitar que crianças continuem morrendo por negligência. Não podemos mais nos calar".
Enquanto a indignação cresce, a cobrança por justiça e responsabilização se intensifica, numa tentativa desesperada de evitar que novas vidas sejam brutalmente interrompidas pelo abandono institucional.