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11/01/2010 - 00:00

Coronel Jorge Luiz de Moraes Henrique assume o comando do 2º Befron nesta sexta-feira

Gonzaga Júnior Da Editoria Depois de três anos no comando do 2º Batalhão de Fronteira em Cáceres, o tenente coronel João Batista Neves Neto, deixa o cargo. Eu seu lugar assume o tenente coronel Jorge Luiz de Moraes Henrique. A solenidade de passagem de comando acontece nesta sexta-feira 15, às 19h. Neves Neto é o 33º comandante do Batalhão General José Miguel Lanza, criado há exatos 70 anos. História A história do 2º Batalhão de Fronteira (2º B Fron), unidade sediada em Cáceres, remonta aos tempos das Entradas e Bandeiras, época em que lusitanos e brasileiros penetraram profundamente nas terras interiores do Brasil Colônia. O avanço dos bandeirantes, quando atingiu Cuiabá e as cabeceiras do rio Guaporé, levou dom João VI a criar, em 1748, a Capitania de Mato Grosso. O primeiro capitão-general de Mato Grosso foi Rolim de Moura, que recebeu a missão de manter em condições de navegabilidade a via fluvial representada pelos rios Amazonas, Madeira, Mamoré e Guaporé. Fixou a capital em Vila Bela da Santíssima Trindade. Contava, na ocasião, com uma companhia de Dragões, força de elite que foi reforçada por duas companhias de nativos e sertanistas. Com esse aparato, Rolim de Moura e seus dois sucessores asseguraram para Portugal a margem direita dos rios Guaporé e Mamoré. Em 1772, o quarto capitão-general, Luiz Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, chegou à atual região de Cáceres, depois de percorrer as veredas que ligavam Minas Gerais a Goiás. Encontrou no lugar aldeias indígenas e um pequeno destacamento. Estabeleceu-se e estudou detalhadamente a área, concluindo pela construção de fortes e povoações ao longo dos rios Guaporé e Paraguai. Assim surgiram Vila Maria, Forte de Coimbra, Albuquerque (hoje Corumbá) e Forte Príncipe da Beira. Vila Maria, mais tarde São Luiz de Cáceres, tornou-se um ponto de apoio entre a capital da província e a cidade de Cuiabá. Ali foi instalado um destacamento militar sob o comando do tenente Antônio Pinto Rego Carvalho. A presença militar em Vila Maria no século XIX Os efetivos que guarneceram Vila Maria nos seus primeiros 60 anos tinham vindo da Infantaria de Corpo de Ligeiros – sediada em Vila Bela da Santíssima Trindade – e da Infantaria da Legião de Mato Grosso, estabelecida em Cuiabá. Em 1841, foi criado, em Vila Bela, o Batalhão de Caçadores Provisório, que recebeu, sucessivamente, as seguintes denominações: Corpo Fixo de Caçadores (1842), Batalhão de Caçadores (1865) e 19º Batalhão de Infantaria Ligeira (1870). É desse período – mais precisamente de 1847 – a ativação, em Vila Maria, de um esquadrão de Cavalaria Ligeira, que foi denominado como Primeiro Grupo Fixo de Cavalaria (1849), Primeiro Corpo de Cavalaria de Mato Grosso (1851) e Primeiro Corpo de Caçadores a Cavalo (1851). Essas duas unidades participaram da Campanha da Tríplice Aliança. Ao término desse conflito, o 19º Batalhão de Infantaria Ligeira, já denominado 19º Batalhão de Infantaria, instalou-se em Vila Maria, onde permaneceu aquartelado até o ano de 1909. O 2º B Fron O 2º B Fron nasceu em 24 de maio de 1939, aglutinando efetivos da 2ª Companhia de Fronteira (2ª Cia Fron), sediada em Cáceres desde 1932, e da 4ª Companhia de Fronteira (transferida de Cuiabá para Cáceres em 1937). A unidade foi organizada com duas companhias de fuzileiros, um pelotão de metralhadoras e um pelotão extranumerário. Dela passou a fazer parte também um destacamento situado na localidade de Fortuna (MT) e que era mantido pela 2ª Cia Fron. A partir de 1940, tendo em vista a extensão da área sob sua responsabilidade, o 2º B Fron foi ampliando o número de destacamentos ao longo da linha fronteiriça. Naquele ano, foram criados: em 02 de julho, o Destacamento Militar de Corixa, distante 90 km de Cáceres; e, em 25 de agosto, o Destacamento Militar de Casalvasco, afastado cerca de 400 km de Cáceres. Mais tarde, no ano de 1964 (14 de agosto), foi criado o Destacamento Militar de São Simão, a 360 km de Cáceres. Em 12 de setembro de 1975, foi à vez de surgir o Destacamento Militar de Santa Rita, situado a 190 km de Cáceres. Está em fase de implantação, desde 1996, o Destacamento Militar de Retiro Confap, que se localiza aproximadamente a uma distância de 520 km da sede do batalhão. Em 27 de julho de 1978, o 2º B Fron foi transformado em 66º Batalhão de Infantaria Motorizado, sendo subordinado à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada. Assim permaneceu até o ano de 1994: em 1º de outubro daquele ano, voltou a ser o 2º B Fron e passou à subordinação da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira. O 2º B Fron tem a missão de assegurar a soberania brasileira numa extensão aproximada de 750 km de fronteiras, a maior parte em linha geodésica. Os seus integrantes têm cumprido a difícil tarefa de guardar e manter os marcos definidores da fronteira; patrulhar a linha fronteiriça sob sua responsabilidade; estimular a sedimentação da cultura brasileira nas povoações e escolas; e fiscalizar produtos controlados. Amizade com o Exército boliviano No segundo semestre de 1999, ocorreram duas históricas cerimônias militares, em Cáceres e em Guayaramerin (Bolívia), que reforçaram a união e a confiança entre brasileiros e bolivianos. No Mato Grosso, o 2º B Fron recebeu a denominação histórica de “Batalhão General José Miguel Lanza”, vulto heróico da Bolívia. Do outro lado da fronteira, atribuiu-se a designação de “Batalhão Marechal Luís Alves de Lima e Silva”, Patrono do Exército Brasileiro, ao Batalhão de Infantaria XVII, do Exército boliviano. Na época, o então chefe do Estado-Maior do Exército (EME), general Hermes, destacou, em discurso, a fraternidade, a camaradagem e o respeito que unem brasileiros e bolivianos. Algumas de suas palavras: “O 2º Batalhão de Fronteira, organizado em maio de 1939, sempre teve atuação pautada pela dedicação exclusiva ao cumprimento de sua missão maior; a de vigiar extensa faixa de fronteira de mais de 750 km, em terreno de difícil acesso. Esta unidade mantém, há mais de meio século, destacamentos e subdestacamentos desdobrados ao longo desta vasta região, sendo, pois, constantes, os contatos com os irmãos bolivianos. O general José Miguel Lanza foi o mais célebre combatente pela independência de sua pátria. Cognominado de ‘O guerrilheiro da independência’, foi o único líder das lutas contra os espanhóis a participar da fundação e consolidação da República da Bolívia. O papel por ele desempenhado, durante a formação da nacionalidade boliviana, foi calcado na lealdade, no extremo senso de patriotismo e no respeito à dignidade de seus combatentes, traços esses que se mantêm, até nossos dias, na personalidade do soldado boliviano. O 2º Batalhão de Fronteira, por sua posição geográfica e por seu histórico passado, foi a unidade selecionada para esta honrosa designação.” A Guarnição de Cáceres Cáceres possui uma área de 24.395 km2 e uma altitude de 118m. Tem clima tropical, com elevado índice de umidade relativa do ar. A temperatura oscila, durante o dia, entre 30º C e 40º C, com ligeiro declínio à noite. Anualmente ocorre o fenômeno da friagem, com duração de poucos dias, quando a temperatura varia entre 10º C e 20º C. O município abriga uma população pouco superior a 100 mil habitantes. Na cidade propriamente dita, vivem aproximadamente 60 mil pessoas. A cidade liga-se por estrada tanto a Cuiabá quanto às povoações do interior. Possui estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus e uma universidade (com cursos de Biologia, Ciências Contábeis, Direito, Geografia, História, Letras, Matemática e Pedagogia). DESTACAMENTOS E SUBDESTACAMENTOS DE FRONTEIRA Destacamento Militar Corixa 90 km Subdestacamento Militar Porto Esperidião 100 km Destacamento Militar Santa Rita 190 km Destacamento Militar Fortuna 260 km Destacamento Militar São Simão 360 km Subdestacamento Militar Palmarito 410 km Destacamento Militar Casalvasco 430 km Destacamento Militar Retiro Confap 520 km Imprimir