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08/08/2022 - 13:05 | Atualizado em 08/08/2022 - 13:59

Candidatos

Se por um lado, a atual composição da Câmara de Vereadores de Cáceres demonstrou que ‘tem espelho em casa’, uma parcela considerável das chamadas ‘liderança políticas da cidade, sem nenhuma preocupação com representatividade política, continuam sendo usadas pelos políticos profissionais como escadinha ou cabos eleitorais de luxo. Pasmem. Pela primeira vez na história, nada mais que sete candidaturas a deputado federal foram consolidadas na cidade. Dessas, seguramente só três têm musculatura política. Ainda assim, três é muito. As chances aumentariam se fosse apenas uma, como no passado recente com Marcio Lacerda, Pedro Henry, Ezequiel Fonseca e Leonardo Albuquerque. Já em relação aos candidatos a estadual, o número surpreendeu. Se na eleição passada foram quatorze candidatos, neste ano são apenas seis. Porém, apenas dois, na minha opinião, tem musculatura política. Da Silva (AGIR), ele mesmo, Elizeu Pereira, que não teve trezentos votos para vereador na última eleição, o advogado Nestor Fidelis (Patriota), que mora há anos em Cuiabá, Takao Nakamoto (PTB), que ficou em segunda lugar na última eleição para prefeito na onda bolsonarista, o ex-prefeito, carrasco, de dois mandatos, Francis da Cometa (PSDB) e vereadora de seis mandatos Valdeníria Dutra Ferreira (PSB), que sem dinheiro fez quase dez mil votos para deputada estadual na eleição passada. Se em Cáceres alguns inocentes e aviões não estão nem a ai para a representatividade política, na região dá inveja. Na chamada rota dois tem apenas dois candidatos com musculatura política. O deputado doutor Gimenez (PSD) de Quatros Marcos e doutor Arnaldo de Mirassol (Republicanos). Na rota três, região de Pontes e Lacerda, apenas três nomes vão brigar bonito. Coronel Sandro (PTB), Valmir Moretto (Republicanos) e Edcley (PSB) que é de Vila Bela. Já a chamada rota um será território de todos. De Curvelândia a Salto do Céu devem prevalecer os nomes com melhores estruturas de campanha, em particular os atuais deputados da região, Gimenez e Moretto e Valdinéia Dutra Ferreira (PSB), que entra em todos os municípios da região em dobradinha com Túlio Fontes (PSB).
 
Federais
 
Além de Túlio Fontes (PSB), doutor Leonardo (Republicanos) e Irajá ‘Rasgando Dinheiro Lacerda (PSD), confirmaram candidaturas a deputado federal. Os três vão ter que ‘pedalar muito’ para atingir o objetivo. Dos três, a chapa com chances reais de eleição é a do PSB de Túlio Fontes. Irajá e Leonardo estão em chapas que correm o risco de não fazer a legenda de 180 mil votos. Isso significa que eles podem ser bem votados, mas podem não se eleger. Analistas políticos do Estado já demonstraram isso nas projeções da semana passada. De acordo com a maioria, UB do governador Mauro Mendes fará dois federais, que podem ser Fabinho e Gisela. O PL de Bolsonaro faria Nelson Barbudo e Jose Medeiros. O PT de Lula, faria uma cadeira com Rosa Neide, o PSB ficaria com uma e o MDB de Carlos Bezerra com as duas últimas. Como são oito cadeiras, Irajá e Leonardo, em função das chapas em que estão, correm por fora.
 
Estadual
 
A disputa também não será fácil para Francis da Cometa (PSDB), Takao Nakamoto (PTB) e Valdeníria Dutra Ferreira (PSB). Tenho dúvidas se a chapa de Takao faz a legenda de 60 mil votos e se ele será o eleito. Alguém esqueceu de avisar a ele que a votação passada para prefeito foi um acidente. Já os problemas de Francis são os deputados estaduais, Faissal Callil (Cidadania) e Carlos Avalone (PSDB). Francis nunca fez política fora de Cáceres. Vamos ver como vai se sair. Já Valdeníria está em uma chapa que fará com certeza quatro estaduais. Só o presidente do partido fará a legenda para garantir sua reeleição. O outro deputado do partido, doutor Eugênio também fez um bom trabalho no Araguaia para permanecer na Assembleia. Rasgando dinheiro, Beto Dois a Um, trabalha para ficar com a terceira vaga. Em jogo estará a quarta vaga que virá pela sobra já que o PSB projeta 180 mil votos para estadual. Essa condição me faz acreditar que a vereadora e atual deputada Valdeníria Dutra Ferreira (PSB), ficará com essa vaga. Explico: tirando os três nomes que citei acima, os demais são competitivos para a Val. Eu particularmente acho que se ela tiver fôlego financeiro, patrola o Beto Dois a Um.
 
Ostracismo
 
A maioria dos vereadores de Cáceres repetem o erro amador de não se unirem por uma representação local na Assembleia e na Câmara Federal. Pegam o dinheiro de candidatos de fora e promessas e apoio à reeleição que jamais são cumpridos. Hoje na cidade tem ao menos uns trinta ex-vereadores em casa porque cometeram esse erro.  Se eu sou vereador hoje, abraçava a Val e qualquer dos federias da cidade com força. Já pensou dois deputados da casa apoiando a minha reeleição ou uma candidatura majoritária no futuro?
 
Jogando dinheiro fora
 
Pagando pseudas lideranças para ficar nos grupos de watts postando figurinha não ganha eleição. Entrei em vários grupos de Cáceres e região nos últimos meses só para monitorar o comportamento dos chamados cabos eleitorais digitais. O que tem de malandro ganhando dinheiro com o celular na mão não é brincadeira. Em Cáceres, eles perderam a vergonha. Assumem que estão por grana. A figura que simboliza essa nova fase da política de Cáceres, responde pela alcunha de ‘bico de fuzil’. Uma lenda entre os recrutas do exército e que é soldado eleitoral digital de Francis da Cometa e Irajá Lacerda. Depois reclamam quando falo em rasgar dinheiro. Esses malas não têm voto.
 
Enganação
 
Uma das coisas que demonstra que o País está indo mal é a busca das categorias profissionais por pisos salariais. A última categoria enganada foi a da enfermagem. O projeto do piso nasceu de parlamentares do PT, e Bolsonaro orientou sua base a votar contra. Inclusive, o próprio Eduardo Bolsonaro justifica seu voto contra, em vídeo, alegando que não havia orçamento para pagar os mais de 40 bilhões de impacto do novo piso. No entanto, no congresso, o projeto foi aprovado, fazendo palanque para cinco centenas de deputados federais buscando reeleição.
 
Vício
 
Porém, o que os deputados que comemoravam a aprovação não disseram é que o projeto não seria sancionado pelo Presidente, uma vez que continha um vício grave de iniciativa, já que deveria ter origem no executivo. Começaram, então, a fazer uma Emenda Constitucional, com o mesmo efeito e para enganar os enfermeiros por mais tempo, ao menos, até as eleições. Foram surpreendidos quando o Presidente, candidato à reeleição, disse que iria sancionar a lei. Sancionou, mas com efeitos para o serviço público apenas a partir do ano que vem, ou seja, para o próximo presidente. E continua sem orçamento garantido.
 
Nos Municípios
 
Na ponta da corda está a iniciativa privada, que não sabe de onde irá tirar o dinheiro para pagar o novo piso salarial, e os Municípios, que têm quadro de auxiliares e técnicos de enfermagem grandes. Simplesmente foi fixado um novo piso sem os recursos para pagar. Por conta disso, tanto a Confederação Nacional dos Municípios quanto diversas outras associações médicas e hospitalares já disseram que vão buscar o judiciário para não pagar o piso, afinal, foi criada uma despesa sem transferência de recursos.
 
Cáceres
 
Em Cáceres, os enfermeiros já recebem acima do piso, havendo necessidade de complementação do salário apenas para técnicos e auxiliares. Ainda assim, sem nenhuma transferência da União, não há nenhuma previsão, por enquanto. Alguns servidores ouvidos pela Coluna querem a inclusão do novo piso no Orçamento de 2023.
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