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30/06/2022 - 09:20

Comissão manda arquivar denúncia de racismo contra vereadora de Cáceres

      A comissão criada pela Câmara Municipal para apurar comentários considerados racistas e preconceituosos proferidos pelo vereador Linsiod Lacerda Passos, o Lacerda do Aki (PRTB) contra a vereadora Mazéh Silva (PT), arquivou a investigação, sob alegação de falta de provas.

      “O denunciante não apresentou nenhuma prova das alegações. Diante disso, a comissão decidiu arquivar o caso” explicou o vereador Isaias Bezerra (Cidadania), presidente interino da Câmara, em substituição ao presidente Domingos dos Santos (PSB) afastado para tratamento de saúde.

      Formada pelos vereadores Luiz Landim (PV), Rubens Macedo (PTB) e Flávio Negação (PSDB), a comissão teria o objetivo de apurar e decidir sobre possível penalidade ao vereador Lacerda. O requerimento para que o caso fosse investigado partiu do vereador Cesare Pastorello (Solidariedade).

      Autor do pedido Pastorello reagiu com indignação a alegação de falta de provas, informada pelo vereador Isaias Bezerra, para arquivar o caso.

     “Dizer que eu precisaria apresentar provas do que eles mesmos viram é eles reconhecerem que só enxergam o que querem. Se entendem que não deve ser tomada nenhuma providência, que reconheçam que viram e que não julgam ser importante tomar providência nenhuma” assinalou.

      Pastorello explicou ainda que ele não fez denúncia. “Eu não fiz denúncia. Se fosse denúncia de injúria racial eu a teria feito às autoridades competentes. O meu documento, formalizado, pediu providências da Mesa Diretora sobre fato ocorrido no conhecimento de todos os vereadores”.
 
       Vítima, a vereadora Mazéh disse que “infelizmente o entendimento de alguns vereadores que compõe a atual legislatura é muito atrasada nas questões sobre racismo e machismo. Arquivar uma investigação como essa com provas cabais, mostra aquilo que a sociedade já sabe sobre essas pessoas”.

                                                  Vereador Lacerda do Aki acusado de racismo

    Mazéh disse ainda que “existe, na Câmara e até mesmo no Executivo, um movimento grande, no sentido de jogar responsabilidades de tudo que há de errado contra mim, em razão dos enfrentamentos que estamos fazendo em defesa dos professores e servidores da área de saúde que estão tendo seus direitos lesados”.

Como aconteceu? 

      No início do mês de março, o vereador Cesare Pastorello encaminhou à Mesa Diretoria da Câmara, um requerimento cobrando advertência, censura ou qualquer outra penalidade necessária, contra o vereador Lacerda do Aki por suposto crime de racismo praticado contra a vereadora Mazéh. Como prova ele transcreveu trechos de uma conversa postada no grupo WhatsApp, entre os citados.
 
       Na transcrição mostrou que ao responder uma postagem feita pela vereadora Mazéh, sobre a Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, realizado no dia 7 de março, onde aparecia imagens (fotos) de um grupo de mulheres negras e trans, Lacerda ironicamente, disse: “Meu suco tá estragado ou tô vendo coisas? ”e prossegue: “Inda bem que tão de máscaras”.

Vereador Cesare Pastorello autor do requerimento sugerindo a investigação

     No ofício Pastorelo lembrou ainda que tempos atrás o mesmo vereador respondeu uma postagem, também da vereadora Mazéh com a figura de um gorila segurando um telefone celular e ainda a desafiou para que ela fizesse um Boletim de Ocorrência contra ele se se sentisse ofendida.

     Ao site Expressão Notícias, o vereador Lacerda disse à época que estaria havendo um equívoco e que em momento algum “jamais” teve a intenção de ofender a colega, até porque, segundo ele “sou descente de negro. Meu pai era negro”. À oportunidade várias entidades se
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