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20/06/2022 - 10:06

Em Cáceres, motoristas do transporte escolar sem habilitação são demitidos

 A coordenação de Transporte Escolar do município, demite um grupo de motorista que estaria trabalhando sem habilitação para esse tipo de transporte. A demissão de oito motoristas, ocorre após o acidente ocorrido com um ônibus dirigido por um desses profissionais, no dia 30 de maio, que deixou, pelo menos, duas alunas da escola de Clarinópolis feridas.

     Os avisos prévios encaminhados na semana passada, causou revolta aos motoristas. Eles alegam que realizaram o curso para esse tipo de trabalho, no mês de agosto do ano passado. A justificativa da demissão é porque a realização do curso ainda não consta no site do Detran, para a homologação na CNH dos profissionais.
   
 A demissão ocorre, depois do anúncio da Secretaria de Educação, sobre a instauração de Procedimento Administrativo – PAD, e, principalmente, após a Câmara Municipal, aprovar um requerimento de autoria da vereadora Mazéh Silva (PT) solicitando esclarecimentos sobre o acidente, assim como informações sobre a capacitação dos profissionais que atuam na área.
 
      “É, no mínimo, estranho o fato da coordenação de trânsito do município demitir os motoristas somente após as informações de que eles vinham trabalhando de forma irregular, há muito tempo” assinala a vereadora Mazéh acrescentando que “isso sugere que alguém está tentando (com a demissão) destruir as provas das ilegalidades que ocorriam ou ocorrem no setor”.
 

      Embora o acidente tenha ocorrido no dia 30 de maio, o caso só tornou público no dia 9 de junho. A coordenação do Setor de Transporte Escolar do município, tentou “abafar” o caso, em razão de o motorista estar trabalhando de forma irregular. Até mesmo a secretária de Educação, Liamara Rodrigues, diz não ter sido informada.

     A princípio, o coordenador Eziel Bezerra, irmão do vereador Isaias Bezerra, demitiu o motorista Luciano Pereira Rodrigues. E, em uma conversa, com a secretária, na presença da reportagem do site Expressão Notícias, ele garantiu que, apenas o referido profissional, envolvido no acidente, estaria trabalhando sem habilitação para o transporte de estudantes.
 
 
     No, entanto, no dia seguinte Eziel foi desmentido, após o denunciante, enviar à reportagem, uma declaração da Auto Escola Júnior, informando que 8 motoristas (os demitidos na semana passada) teriam participado do Curso Especializado para Condutores de Veículos de Transporte Escolar, encerrado no dia 11 de maio.

     A declaração comprovou que eles vinham trabalhando sem habilitação para o transporte de estudantes, há vários meses, tendo em vista que cópias de contratos de trabalho do grupo com a Vale Serviços, empresa terceirizada, mostram que foram contratados, no segundo semestre do ano passado.

     Mesmo tendo colocado em risco a vida de dezenas de crianças, durante vários meses, o motorista demitido se revoltou. Inconformado com a demissão Luciano Pereira revelou que outros acidentes dessa natureza já aconteceram, e que, na maioria dos ônibus, os cintos de segurança são insuficientes para todos os alunos. E, que no setor, permanece apenas quem “puxa saco” do coordenador.
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