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04/01/2022 - 09:57

Justiça Federal marca julgamento de ex-deputado Pedro Henry no 'Petrolão'

A Justiça Federal designou para os dias 29 e 30 de março o depoimento de cinco testemunhas em uma ação penal que acusa o ex-deputado federal Pedro Henry (PP) de corrupção pela suspeita de participação nos esquemas desvendados pela Operação Lava Jato.

Na primeira audiência, serão interrogadas as testemunhas do ex-deputado federal João Pizzolati Júnior, que também é réu na ação, e de Pedro Henry.

Estão marcados depoimentos do deputado federal por Goiás, João Sandes Júnior, do ex-ministro das Cidades, Mario Silvio Mendes Negromonte, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas dos municípios da Bahia, e Luciano Alves, este último atualmente deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

No dia 30 de março, está programado o interrogatório do senador Wellington Fagundes (PL), dos ex-deputados federais Carlos Abicalil e Ságuas Moraes, ambos do PT, o ex-governador e ex-deputado federal Júlio Campos (DEM) e o deputado estadual Wilson Santos (PSDB).

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Pedro Henry e Pizzolatti por recebimento de propina para favorecer interesses da Brasken, do grupo Odebrecht, na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás.

O esquema teria durado entre 2004 e 2014. Pedro Henry renunciou ao mandato em 2013 em meio a acusações de outro esquema, conhecido como "Mensalão". Henry, Pizzolati e outros parlamentares do PP teriam montado um cartel de empreiteiras para fraudar licitações da Petrobras em obras.

Os valores teriam sido superfaturados e os valores desviados foram destinados aos operadores financeiros. A partir daí, o dinheiro seria devidamente "lavado" para retornar como propina à cúpula nacional do PP.

Os deputados recebiam uma "mesada" entre R$ 30 mil e R$ 300 mil, segundo o MPF. Parte do recurso teria ido para o Fundo Partidário do PP.

Ao menos R$ 410 milhões teriam sido desviados. 04/01/2022 09:58 about:blank about:blank 2/2 Desdobramentos Há também indícios de participação do ex-deputado federal por Mato Grosso, Pedro Henry, no esquema de desvio bilionário da Petrobras, estão relacionados ao poder de influência do ex-parlamentar no Congresso Nacional, que culminou no recebimento de propina pela bancada do PP que variava de R$ 30 mil a R$ 120 mil mensais.

Conforme as investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR), Henry, juntamente com os deputados federais do PP, José Janene e Pedro Corrêa, teria realizado manobra política para que Paulo Roberto Costa ocupasse a diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Costa já admitiu à Justiça que cometeu crimes de corrupção e se dispôs a devolver R$ 70 milhões que amealhou com propina. O então parlamentar mato-grossense teria liderado movimento para promover o trancamento de pauta do Congresso Nacional para pressionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a nomear Costa.

Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, em decorrência de delação premiada firmada com o Ministério Público Federal (MPF), o doleiro Alberto Youssef revelou que o Congresso Nacional decidiu trancar a pauta de votação diante da resistência de Lula em nomear o servidor de carreira da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para a diretoria de abastecimento. Com dificuldades de gestão ao não ter projetos de seu interesse aprovados no Congresso Nacional, Lula cedeu à pressão dos parlamentares e nomeou Paulo Roberto Costa para a diretoria de abastecimento da Petrobras.

Ali, conforme as investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato, começou a montagem de um esquema de corrupção que movimentou ilegalmente até R$ 10 bilhões.

O dinheiro desviado por meio de superfaturamento de contratos com empreiteiras abastecia caixa 2 de campanha eleitoral, pagava propina a senadores e deputados federais e promovia o enriquecimento ilícito de diretores da Petrobrás.
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