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16/02/2021 - 10:16 | Atualizado em 16/02/2021 - 10:23

Em nota técnica conjunta, especialistas reunidos em Cáceres alertam para o perigoso do retorno as aulas presenciais

Festas clandestinas no período de Carnaval devem resultar em novo pico de casos de covid-19 em Mato Grosso nos próximos 14 dias, aumentando, consequentemente, internações hospitalares e óbitos em decorrência da doença. Especialista frisa que até mesmo as aulas presenciais, previstas para março e abril, podem ser afetadas devido à falta da responsabilidade social. Secretaria Municipal de Saúde (SMS), via Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, também teme pelas futuras consequências das festas e destaca reforço na fiscalização no intuito de alertar a população sobre os riscos das aglomerações.
 
A virologista e epidemiologista, pesquisadora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Ana Cláudia Pereira Terças Trettel, explica que o reflexo das aglomerações carnavalescas poderão se assemelhar ou até mesmo superar o sofrido em janeiro, após as festividades de Natal e Réveillon. “Foram praticamente 20 dias com quase 100% da ocupação de leitos todos os dias, filas para conseguir leito de unidade de terapia intensiva (UTI). E, após 30 dias, conseguimos reduzir a taxa de transmissão e infecção no Estado”.
 
Ela lembra que o feriado de Carnaval foi cancelado justamente para que essa situação não se repetisse. “Essa falta de responsabilidade e empatia para com a vida do outro nos preocupa muito. Porque a vacina está chegando mas, muito lentamente”.
 
Trettel frisa que a realização de festas clandestinas pode resultar no aumento na taxa de transmissão, já que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para no mínimo outras 3; essas 3, para 9; essas 9, para 27, e assim sucessivamente. “Então, poderemos ter entre 7 e 14 dias um pico no número de casos novos de covid-19 na nossa sociedade e, consequentemente, um aumento na taxa de hospitalizações entre internações e ocupação de UTIs daqui aproximadamente 21 dias”.
 
Aulas presenciais

A pesquisadora da Unemat lembra que as pessoas que frequentaram os eventos clandestinos e se infectaram poderão transmitir o coronavírus para colegas de trabalho e familiares, além das crianças que já retornaram às salas de aula. Essas podem transmitir para seus colegas e professores, prejudicando o retorno gradual das aulas já anunciado por alguns municípios de Mato Grosso.

Em nota técnica conjunta, especialistas reunidos em Cáceres alertam para o perigoso do retorno as aulas presenciais. Leia abaixo:

http://www.jornaloeste.com.br/uploads/Oficio-circular-016-VS-ERSC-SES-MT-Nota-Tecnica-04-ERSCAC-UNEMAT-(1).pdf
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