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28/11/2020 - 10:06

Pró-saúde abre finanças do hospital São Luiz para contestar possível intervenção

As deficiências estruturais, administrativas e financeiras que assolam o Hospital São Luiz, em Cáceres, administrado pela empresa Pró-Saúde, levam o Ministério Público Estadual (MPE) a solicitar possível intervenção do Estado, na unidade.

O promotor Rinaldo Segundo enviou na tarde de ontem um “despacho” ao Escritório Regional de Saúde, solicitando a realização de estudo para a eventual intervenção.

O MPE sugere na proposta que o Escritório Regional de Saúde, elabore um estudo quanto a possibilidade ou não de intervenção.

Caso seja confirmado o caos que tomou conta da unidade, nos últimos meses, o Estado, através da Secretaria de Estado de Saúde (SES) passe a gerir a administração do hospital com a finalidade de se buscar a garantia do atendimento dos serviços de saúde pública à população.

A situação vivenciada no hospital, nos últimos tempos, beira ao caos. Os médicos estão com salários atrasados há mais de 5 meses e ameaçam suspender os atendimentos se até o próximo dia 6 de dezembro não for efetuado o pagamento. Os demais servidores – enfermeiros e técnicos – somente nesta semana receberam os salários relativos ao mês de outubro. O pagamento só foi efetuado depois que ameaçaram paralisar as atividades.
 
 
Há informação, dos profissionais de saúde, de que na unidade faltam equipamentos de trabalho e medicamentos básicos, como Dipirona, Buscopan, Dramim, entre outros. As direções do Hospital Regional e da Secretaria Municipal de Saúde confirmam que fazem constantes empréstimos de equipamentos e tais medicamentos, para socorrer o São Luiz e automaticamente os pacientes.

As denúncias sobre o caos que se instalou no hospital são em todos os setores. Além da falta de equipamentos de trabalho e medicamentos, há informação de que a alimentação servida aos funcionários e pacientes é de má qualidade. E, em plena pandemia do Covid-19 o hospital fechou a ala de atendimento das vítimas da doença. Atualmente, todos os infectados são encaminhados para o Hospital Regional.

Apesar das inúmeras reclamações de enfermeiros, médicos e pacientes, o hospital nega as irregularidades. Diz que não procedem tais denuncias.

A direção da Pró-Saúde, empresa que administra a unidade, responsabiliza o governo pelo estado de penúria. Afirma que os medicamentos existem e que só não faz o pagamento dos salários aos funcionários e profissionais de saúde em tempo hábil porque, a Secretaria de Estado de Saúde demora para realizar os repasses devidos a unidade.
 
 
O prefeito Francis Maris Cruz, há muito tempo, defende a ideia de intervenção do governo estadual ou federal no hospital. Um grupo de vereadores eleitos estuda a possibilidade de se reunir com a direção da Pró-Saúde, em São Paulo para expor a situação e resolver o problema que se arrasta há quase um ano. A reportagem entrou em contato com a direção da empresa e aguarda um posicionamento.

NOTA À IMPRENSA
 
A Pró-Saúde informa que não teve acesso ao despacho da 1ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Cáceres, citado pela reportagem. A entidade está à disposição para prestar qualquer informação que possa contribuir com a perenidade do Hospital São Luiz.
 
A Covid-19 agravou a crise no país, atingindo diretamente a economia da maioria dos hospitais brasileiros. No caso do São Luiz, não foi diferente. Uma das principais fontes de receita, as cirurgias eletivas, foram canceladas por determinação das autoridades sanitárias, em razão da covid.
 
Mesmo assim, na pandemia, o hospital desempenhou um papel extremamente importante no atendimento dos doentes: até julho foi a única unidade de saúde de Cáceres que cuidou de casos leves e graves de covid-19.
 
Este contexto de atendimento SUS (Sistema Único de Saúde), é importante destacar, tem contado com repasses dos governos Estadual e Federal.
 
Com mais de 50 anos de história, a Pró-Saúde reafirma sua missão de cuidar da vida das pessoas, fortalecendo seu compromisso com a perenidade do Hospital São Luiz, dada sua relevância para Cáceres e oeste mato-grossense.
 
O esforço sempre foi — e continuará sendo — alcançar o equilíbrio financeiro para seguir avançando na melhoria dos serviços de saúde prestados aos pacientes.
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