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16/11/2020 - 16:31 | Atualizado em 16/11/2020 - 17:05

Culpado

Provérbios 16:18, diz: ‘A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda’.  Já Provérbios 10:3, completa: ‘O Senhor não deixa o justo passar fome, mas frustra a ambição dos ímpios’. Faço as citações acima, pois elas resumem a humilhante derrota do prefeito de Cáceres Francis Maris (PSDB). A soberba e a ambição o cegou ao ponto de cair em uma armação do seu maior aliado. Com a mesma soberba e ambição do chefe, Junior Cezar Dias Trindade, se juntou a um grupo de secretários e coordenadores leais e, arquitetou um plano. Para garantirem emprego na prefeitura, o grupo liderado por Trindade convenceu o prefeito a ‘colocar a faca no pescoço’ da vice-prefeita Eliene Liberato Dias (PSB), para que ela aceitasse Paulo Donizete (PSDB), como candidato a vice. No primeiro momento, pressionada, Eliene disse ao prefeito que ia avaliar, porém ao iniciar a busca de apoio descobriu que se fechasse uma chapa pura governista poderia não ganhar justamente pelo desgaste da gestão. Nas conversas com futuros aliados, Eliene afirmou que a vaga de vice em sua chapa estava aberta. Maquiavélico, Júnior Trindade relatou o fato ao prefeito Francis Maris (PSDB), que revoltado intimou Eliene. Ela confirmou que estava conversando com outros partidos sobre vice e que Paulo não teria o peso necessário para a disputa. Na hora o prefeito caiu na armação de Junior Trindade e disse que iria lançar seu próprio candidato e que era para Eliene se virar sozinha. O passo seguinte do plano de Júnior Trindade foi saciar a ambição de dirigir a Águas do Pantanal. Mas para isso, ele teria que usar o seu grupo para convencer o prefeito a lançar Paulo Donizete como candidato a prefeito do grupo. Bingo, o prefeito caiu na armação e Trindade realizou seu plano. Estou contando essa história para justificar a derrota governista e apontar os responsáveis. O prefeito perdeu pela soberba, porém foi induzido a isso por Júnior Trindade, para mim o maior responsável pela derrota do grupo.
 
Líder
 
Ao juntar 13 partidos e a maioria das forças políticas de Cáceres em torno do seu nome, a potiguar Eliene Liberato Dias (PSB), não só entrou para a história como a primeira mulher a se eleger prefeita da cidade, como se tornou a maior líder politica de Cáceres. Está nas mãos dela a partir de hoje a articulação para eleição de deputado estadual e federal em 2022. Para que isso ocorra, ela precisa por fim a enxurrada de candidatos que fazem com que a cidade não consiga manter sua representação na Assembleia Legislativa. Ela deve buscar o consenso em torno de nomes viáveis e convocar a população a apoiar estes nomes.
 
Nakamoto
 
A maioria das 11.215 pessoas que votaram no engenheiro Takao Nakamoto (PRTB), para prefeito de Cáceres, não o conhece e nunca falaram com ele. Então como explicar que uma pessoa desconhecida, que não é política e entra em uma disputa eleitoral sem dinheiro e propaganda eleitoral, consegue uma votação expressiva e termina em segundo lugar?. Simples, o voto é de protesto e o japonês só simbolizou isso. A maioria esmagadora dos protestantes são os mesmos que elegeram o presidente Jair Bolsonaro com o discurso demagogo de eliminar a velha política.
 
Vereadores
 
Assim como na eleição de prefeito, não me surpreendi com o resultado da eleição de vereador. Dos nomes que sempre mencionei como favoritos, faltaram os de Flavio Negação (DEM), professor Leandro dos Santos (DEM), Pastor Junior (Cidadania) e Isaias Bezerra (Cidadania). A renovação foi boa. Ficaram quatro experientes e vão entrar vários capacitados para exercerem o mandato como deve ser. O primeiro teste será a costura para eleição da Mesa Diretora.
 
Estratégias
 
Mais da metade de uma eleição é feita de estratégias e se errar nesta etapa já era. Trago aqui quatros exemplos emblemáticos de erros e acertos. Café no Bule e Odenir Nery, ex-vereadores e tarimbados de eleição, se suicidaram ao se filarem no DEM. Cézare Pastorello (SD) e Valdeníria Dutra Ferreira (PSC) arriscaram um olho e acertaram. Cézare foi quase morto dentro do seu partido e Valdeníria dispensou uma candidatura de prefeito por uma segura de vereador. Já que estou falando nisso, por um fio que a estratégia do Rubens Macedo (PTB) não deu errado. Armou um chapão e se elegeu e matou cinco colegas vereadores.
 
Reeleitos
 
Muita gente deve estar se perguntando por que o limpa não foi geral na Câmara de Vereadores de Cáceres. Vou tentar explicar. Há uma série de fatores, mas vou simplificar. Domingos dos Santos (PSB) conseguiu a reeleição porque se mudou definitivamente para a Vila Aparecida onde assiste a comunidade. Isso fidelizou o voto dele. Rubens Macedo (PTB), porque inventou um chapão. Já Valdeníria tem serviço prestado na área de saúde e a prova disso é que os vários candidatos da área, que concorreram, não venceram. Ou seja, a Val continua sendo o ‘cara’ da saúde. Pastorello voltou porque foi inteligente. Soltou o Francis na hora certa e virou referencia de oposição. Fez o papel que o povo quer que o vereador faça e foi reconhecido. Detalhe, boa parte dos votos são de eleitores que não votaram nele na primeira eleição.
 
Demagogos
 
Muitos foram os candidatos de Cáceres que usaram as mídias sociais para construírem e consolidarem suas candidaturas, porém, dois se destacam. O bolsominionzinho Lucas Correia do PRTB e Luiz Assunção, o Poeta Pescador do Solidariedade. Acharam que estavam abafando e iam arrebentar de votos, tomaram uma taca. Poeta fez 150 votos e Lucas 254.
 
Armação
 
A Justiça Eleitoral de Cáceres mandou arquivar a denuncia de compra de votos que recaia sobre o esposo da candidata a vereadora do Cidadania, Magaly do Conselho Tutelar. Comprovou que a acusação era falsa e teve conotação politica. Por conta desse episodio, Magaly, que teve 402 votos, foi o candidata mais injustiçada desta eleição. Se isso não tivesse acontecido ela estaria em lugar do pastor Júnior que teve 59 votos a mais.
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