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22/05/2020 - 08:38

Região de Cáceres assume liderança no confinamento de bovinos

A região oeste deve liderar o confinamento de bovinos este ano em Mato Grosso. De acordo com o 1º levantamento realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 168.400 animais deverão ser confinados este ano, segundo os produtores da região, o que representa 29% do total no Estado, estimado em 577.550 animais. Até ano passado, o centro-sul liderava o ranking estadual.

Apesar da liderança este ano, expectativa deste ano é que haja uma redução de 14,5% no número de bovinos engordados no cocho em comparação com 2019, quando 197.076 animais foram confinados no oeste do Estado. Ainda de acordo com o levantamento, devido a redução da capacidade estática, a taxa de ocupação deverá ser de 99% na região.

Os fatores que estão influenciando a maior cautela dos produtores são o custo do animal, a instabilidade decorrente da pandemia pelo novo coronavírus e os custos dos insumos.

Para o produtor da região e diretor da Associação Campos do Guaporé, Luciomar Machado, o avanço da agricultura no oeste do estado tem estimulado os pecuaristas e facilitado a manutenção dos confinamentos. "Muitos produtores estão cortando o milho para fazer volumoso e ração e em algumas propriedades a soja também dá lugar para recria. Outra característica é o crescimento dos semiconfinamentos devido ao aumento da disponibilidade de milho", afirma o produtor.

Luciomar Machado, porém, também destaca que apesar do volume expressivo de animais confinados, a alta nos custos de produção e o preço "apertado" do boi gordo está segurando um crescimento ainda maior. "As indústrias estão travadas na região e, apesar do desenvolvimento oriundo da agricultura, a integração também requer mais tecnologia, o que eleva o custo de produção", detalha.

A produtora de Vila Bela da Santíssima Trindade (a 521 km de Cuiabá) Larissa Zem  explica o planejamento no início do ano era aumentar o número de animais confinados, mas com a pandemia do novo coronavírus e considerando o preço do boi magro e da arroba, a conta não fecha. "Não vamos confinar para ter prejuízo. Por isso devo engordar somente os animais que já temos na fazenda". A produtora disse ainda que, devido à produção de milho e de sorgo, o custo na propriedade é relativamente menor porque já tem parte dos insumos.

O Imea destaca exatamente isso em seu relatório. "Os custos com aquisição de animais e insumos para suplementação estão em alta, o que levou à maior cautela dos confinadores este ano. Além disso, também foi citado o menor consumo de carne bovina no mercado doméstico, devido ao coronavírus", detalha o levantamento. Ainda segundo o estudo, uma contrapartida vem do mercado externo que está com a demanda aquecida, o fator que tem sustentado as cotações futuras.

O próximo levantamento deve ser realizado em julho e deverá apresentar um cenário mais concreto sobre quantos animais deverão ser confinados de fato este ano.
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