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19/05/2020 - 17:22

Citado no caso 'Rachadinha' da Câmara, Macedo quer R$ 20 mil de reparação de danos de Cesare e Valdeníria

Citado juntamente com o vereador Wagner Barone (Podemos), no caso da chamada “Rachadinha” da Câmara Municipal – denunciada em novembro do ano passado, por um ex-servidor -, o presidente da Casa, Rubens Macedo (PSB) quer ganhar dinheiro com a situação.

Confiante em um posicionamento favorável, do Ministério Público Estadual, que investigou a denuncia, O presidente da Câmara ajuizou uma ação contra os vereadores Cesare Pastorello (SD) e Valdeníria Dutra Ferreira (PSC) pedindo R$ 20.900,00 por reparação de danos.

Além de Valdeníria e Pastorello, o presidente da Câmara, quer receber também do denunciante, Alander José Carmo. Consta na ação que, mesmo sem qualquer prova ou investigação, os vereadores afirmaram o envolvimento do autor no caso, realizando uma campanha de difamação contra ele.

Macedo quer, além de mais de R$ 20 mil por reparação de danos, o afastamento da imunidade parlamentar de Cesare e Valdeníria, para que eles possam responder pela ação ajuizada, sem as prerrogativas parlamentares.
Na tentativa de sensibilizar o julgador, na ação o vereador diz que “as consequências dos fatos ao autor foram enormes e gravíssimas. Pois, após tomar conhecimento das mesmas, ele passou a não dormir e se alimentar bem. Ficava com crises de ansiedade e uma extrema vergonha de sair de casa”.

“Poste mijando no cachorro”     

O vereador Cesare Pastorello, diz que, o que está havendo é uma inversão de valores. E, fez uma comparação irônica: “Infelizmente, estamos vendo mais da série “poste urinando no cachorro”.

Diz que “os denunciados pelo ex-assessor de atos de corrupção, Rubens e Barone, pedem a cassação minha e da Valdeníria (Barone) e indenização por danos morais (Rubens). Isso só leva a provar o que eu afirmei e reafirmo: ambos deveriam ter se afastado dos seus cargos (presidente e vice-presidente) para que não atrapalhassem o procedimento na Câmara”
 
“Não se afastaram e o procedimento foi arquivado. Agora se voltam contra mim e à Valdeníria na intenção de nos intimidar. Erraram. Só mostram para a sociedade, mais uma vez, quem são”

“Criaram uma mentira e  passaram a acreditar nela”

Por sua vez, a vereadora Valdeníria, disse que “criaram uma mentira e passaram a acreditar nela como se fosse verdade” diz assegurando que nunca acusou ou caluniou ninguém. E, que segundo ela, está “absolutamente tranquila porque nada fiz de errado”

“Em momento algum acusei, condenei ou caluniei vereador. Recebi a denuncia do servidor, por escrita, inclusive, com testemunha. O que fiz? Encaminhei para a Mesa Diretora. Essa era minha obrigação. E pedi para que fosse investigada e esclarecida a situação. Só isso”.

Ocorre, segundo ela, que “estão querendo inverter a situação”. “Como pode uma situação dessa? A denunciada não sou eu. Cometi algum crime de querer que uma denuncia, por escrita e com testemunha, seja esclarecida?. Isso é uma inversão de valores”.

Entenda o caso

A suposta “rachadinha” da Câmara foi denunciada, no mês de novembro do ano passado. Então assessor do vereador Wagner Barone, Alander do Carmo Rios, procurou a vereadora Valdeníria para denunciar que era obrigado a dividir parte do pagamento de adicional noturno com uma colega.

Além da vereadora Valdeníria, o ex-assessor denunciou o caso também no Ministério Público. Ao MP, o denunciante diz que entregou um pen-driver, onde segundo ele, constam áudios que comprovariam a denúncia e ainda recibos de pagamentos e transferências bancárias para a colega.
 
Ao receber a denuncia Valdeniria solicitou a abertura de uma Comissão de Investigação para apurar o caso. Além do ex-chefe, Alander também citou, na trama, o presidente da Câmara, vereador Rubens Macedo.

Conforme o denunciante, depois que se desentendeu com Barone, por não aceitar dividir o recurso, ele ficou à disposição da presidência. E, que durante os 30 dias que lá esteve foi informado que Macedo também praticava a rachadinha com outros servidores.

Barone e Macedo negam, veementemente. Barone diz que, o ex-assessor repassava parte do recurso porque a referida colega fazia o serviço dele. “O que eu sei é que o meu ex-assessor dividia a verba do adicionar noturno com a colega, porque ela fazia o serviço que era para ele fazer”.

Rubens Macedo diz que isso nunca existiu e que a denuncia do ex-assessor não podia prosperar porque era “denuncia de corredor” sem nenhuma prova ou documentação. A Câmara até ensaiou investigar o caso, o que não vingou. Por ter maioria no parlamento, o grupo de Macedo, derrubou a iniciativa.

MP diz que concluiu investigação

O MP, através do promotor Augusto Lopes Santos, diz que as investigações sobre o caso já foram concluídas, mas não deu maiores informações sobre o resultado porque, estão sob sigilo. Porém, adiantou que “assim que forem tomadas medidas apropriadas, que deve ser em breve, os fatos poderão ser divulgados”.
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