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27/01/2020 - 07:30

Médicos dos São Luiz estão sem receber há três meses

O caos estrutural e financeiro vivenciado pelo Hospital São Luiz, nos últimos meses, devido à falta de recursos, será discutido na manhã desta segunda-feira, entre o prefeito Francis Maris Cruz, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo e o diretor administrativo da unidade, Jean Cleber Spricigo. A ideia é encontrar alternativas para, pelo menos, amenizar a situação e evitar uma paralisação total das atividades, conforme tencionam os médicos que, há três meses não recebem os salários.

Os profissionais médicos afirmam que, além do atraso do pagamento dos salários, desde o mês de outubro, está cada vez mais difícil trabalhar nos hospital, em razão da falta de medicamentos básicos, como Dramin, Ranitidina e Glicose, o que compromete um tratamento mais adequado dos pacientes.

Reclamam que, até mesmo o autoclave – aparelho utilizado para desesterilizar equipamentos cirúrgicos – ficou em desuso durante vários dias porque o hospital não mandava consertar. E, enquanto isso, para realizações de cirurgias emergenciais, tinham que recorrer ao Hospital Regional ou a Clínica do Dr. Odenilson para resolver a situação. A crise atingiu o serviço de alimentação da unidade. Duas pacientes reclamaram que, em vários dias foram servidos nas refeições subprodutos de bois, como “ensopado de língua e fígado”.

A direção hospitalar admite em parte a situação. Em Nota encaminhada ao Jornal Expressão, diz que os salários dos médicos, realmente, estão atrasados há três meses porque a Secretaria de Estado de Saúde não repassou os recursos provenientes do SUS devido ao hospital. O último repasse feito no mês de dezembro, conforme a nota foi referente ao mês de setembro. E, esclarece as demais denuncias dos médicos, como por exemplo, a falta de medicamentos, o desuso do autoclave e a má qualidade da alimentação. (Veja a Nota a baixo)

O prefeito Francis Mariz diz que, irá cobrar do secretário um posicionamento a respeito dos repasses do SUS ao hospital. “O Hospital São Luiz sempre foi uma referência em saúde pública na região. Ele é um patrimônio de Cáceres. Temos que unir esforços para evitar a paralisação das atividades. E, para isso, o governo tem grande responsabilidade” assegurou.
 
Representante do Ministério Público, o promotor Rinaldo de Almeida Segundo, informou que está acompanhando a situação. E, que irá aguardar o resultado da reunião entre o prefeito, o secretário de Saúde e o representante do hospital, para ver que posição tomar. “O Ministério Público está atendo. Se necessário, podemos interceder junto ao Estado para que regularize a situação, de forma que a população não seja prejudicada com a descontinuidade dos serviços”.

E, acrescentou: “Nós nos preocupamos com os médicos que estão sem receber os salários, mas, principalmente, com a população. A paralisação das atividades é temerária porque estamos trabalhando com vidas. Isso acontecendo, a maior prejudicada será a população mais humilde. E, não vamos deixar que isso aconteça” garantiu.

Nota de Esclarecimento do Hospital São Luiz

É fundamental esclarecer que o Hospital São Luiz (HSL) realiza atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e privados – sendo 70% do faturamento proveniente do SUS. Sobre os repasses dos órgãos públicos, no mês de dezembro, o HSL recebeu os recursos relativos aos atendimentos SUS feitos em setembro, portanto, com três meses de atraso. A direção do HSL ressalta que não recebeu os repasses relativos aos meses de outubro, novembro e dezembro. O atraso no recebimento dos recursos públicos afeta diretamente no pagamento dos compromissos do Hospital, como os prestadores de serviços médicos. A direção trabalha, incansavelmente, para reverter este cenário e regularizar as pendências.

Em relação a falta de medicamento, a informação não procede. O Hospital São Luiz atua com uma margem de abastecimento que assegura a dispensação de medicamentos prescritos pelo corpo clinico. Além disso, adota uma tabela de padronização nacional que prevê ainda, substitutos para determinados medicamentos. No caso do Dramin e Ranitidina, citados pela reportagem, há mais quatro medicamentos que os substituem, com os mesmos princípios ativos.

Sobre os autoclaves, os dois aparelhos passaram por manutenção corretiva e, atualmente, estão funcionando perfeitamente. Durante o período de conserto, o Hospital reportou o fato à Central de Regulação estadual e buscou parcerias locais para atender as demandas de urgência e emergência, priorizando o atendimento à população. Os atendimentos eletivos – não urgentes –  já foram remarcados.
 
A denúncia da falta de água não procede de forma alguma. Recentemente, o HSL percebeu uma diminuição no nível de água de seu reservatório, consequência de uma manutenção na proximidade do Hospital feita pela empresa Águas do Pantanal. Prontamente, a empresa atendeu ao pedido do Hospital para corrigir o problema, reabastecendo a capacidade total do reservatório de água da Unidade – não houve impacto algum nos serviços prestados pelo Hospital São Luiz.

Sobre a má qualidade da alimentação, o Hospital São Luiz possui o Serviço de Nutrição e Dietética (SND) que desempenha todas as atividades necessárias à manipulação, à preparação, ao armazenamento e à distribuição de alimentos e de refeições, cumprindo protocolos internacionais para a garantia da qualidade do alimento. Aliado ao setor de Nutrição Clínica trabalha para atender as necessidades nutricionais de cada paciente – individualmente – de acordo com as recomendações médicas, contribuindo para a plena e rápida recuperação do quadro clínico.

Recentemente, a fim de aprimorar a qualidade nutricional do cardápio oferecido aos próprios colaboradores e, também, aos pacientes do Hospital, foram incluídas preparações novas que levam como base proteínas bovinas ricas em fósforo, cálcio e ferro, além de vitaminas do complexo B. É considerada, também, uma proteína completa, que assim como outras proteínas de base animal, fornece todos os aminoácidos essenciais ao organismo. Entre as vitaminas e compostos benéficos presentes no fígado bovino, por exemplo, constam as vitaminas A, B12, B5, B6 e C, folato (ácido fólico), riboflavina, selênio, cobre e zinco. Em apenas 100g de fígado, é possível obter 50% da necessidade diária de proteínas do ser humano.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO – HOSPITAL SÃO LUIZ Imprimir