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05/01/2020 - 13:04

Leonardo critica Bolsonaro

O deputado federal Leonardo Albuquerque (SD) disse ter uma avaliação positiva do primeiro ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas observou que a falta de experiência no executivo fez com que o presidente demorasse a tomar decisões importantes.
 
Muito disso, também conforme análise do parlamentar, se dá em função da equipe de ministros escolhida pelo presidente, cujo perfil é bastante técnico.
 
Para Leonardo, um episódio que ilustra essa “lentidão” nas decisões foi o derramamento de óleo no Nordeste brasileiro, ocorrido em setembro de 2019 e apontado por especialistas como o maior crime ambiental em extensão da história do Brasil.
 
 
O Governo acionou um plano nacional de contingência para vazamentos no mar um mês após o fato ter ocorrido.
 
“O presidente teve um ano difícil, pegou logo de cara algumas situações diferenciadas como as queimadas, a questão do óleo que atingiu o Nordeste. O governo não tinha experiência do Executivo, colocou na grande maioria dos Ministérios bons técnicos, mas que não tinham experiência. Em muitos casos, demoraram um pouco nas respostas das ações”, disse Leonardo, em entrevista ao MidiaNews.
 
“Esse episódio do derramamento de óleo, por exemplo, demorou a tomar uma ação. Depois tomou as providências necessárias, mas demorou”, acrescentou.
 
O deputado também citou a dificuldade de diálogo do presidente ao longo dos 12 primeiros meses de 2019.
 
“Ele teve muita dificuldade de diálogo, de aproximação, até pela falta de experiência. Mas, por justiça, gostando ou não, votando ou não nele, temos que dar um ano de crédito para o Governo Federal”, afirmou.
 
Congresso tomou a frente
 
Ainda conforme o deputado, até em função da falta de diálogo do presidente e de sua equipe, foram retardadas algumas discussões tidas como primordiais para o País, como a reforma tributária.
 
“O Congresso não esperou, chamou para si algumas pautas para a discussão. Por exemplo, a reforma tributaria, tem duas propostas basicamente em andamento. A do Congresso e a do Senado. O Governo Federal não entrou no entendimento, não mandou a proposta dele ainda”, disse.
 
“Fora outras pautas que a gente vem cobrando, discutindo. O protagonismo do Brasil está muito no Parlamento. Mas, estamos esperançosos [com o Governo Federal], queremos que dê certo e estamos trabalhando para que dê certo”.
 
“Personalidade não vai mudar”
 
O deputado, no entanto, evitou tecer críticas em relação ao comportamento do presidente que, ao longo do ano, se viu envolvido em uma série de polêmicas em razão de suas declarações.
 
“A parte das pessoalidades, não vou nem comentar, porque o Bolsonaro é desse jeito. Ele não vai mudar a personalidade, isso está claro. Já fui a café da manhã com ele, estive perto dele poucas vezes, mas ele é aquilo mesmo. Não é fake”, disse.
 
“Os filhos do presidente também tem suas particularidades. A polêmica envolvendo a saída do PSL também não me cabe comentar, não é meu partido. Mas em todas as dificuldades, o Congresso segurou. Para o próximo ano, acho que temos que dar um foco na geração de emprego e renda. Precisamos virar essa chave. Acho que a grande virada do Brasil vai reaquecer a economia e o País voltará a crescer”, completou.
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