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24/12/2019 - 07:43

Acuado, Barone 'joga titica no ventilador'

O vereador Wagner Barone (Podemos) não está disposto a arcar sozinho com o desgaste da Câmara, em razão dos últimos acontecimentos registrados no parlamento. Entre eles, a denúncia do seu ex-assessor, sobre o caso que ficou conhecido por “rachadinha”; do arquivamento do requerimento, da vereadora Valdeníria Ferreira (PSDB), por membros da CCJ, para instalação da Comissão de Investigação e, principalmente, da representação de sua autoria pedindo a cassação dos vereadores Cesare Pastorello (SD) e a própria vereadora Valdeníria.

Além dos vereadores adversários, Barone demonstra insatisfação com a imprensa, na condução das informações, inclusive, com a reportagem do Jornal Expressão e do site Expressão Notícias, que no seu entendimento estaria deturpando alguns de seus pronunciamentos em plenário. Em contato com o jornal, no impulso de se defender, ele contra-ataca e expõe segredos, até então, íntimos, dos bastidores do legislativo.

Nega que tenha orientado o ex-assessor Alander Rios, a dividir o pagamento do Adicional Noturno com uma colega.

Sobre a denúncia do ex-assessor ele diz que “o que eu sei é que o meu ex-assessor dividia a verba do adicionar noturno com a colega, porque ela fazia o serviço que era para ele fazer” garante afirmando que “o que na verdade existe é uma grande armação para cassar o presidente e o vice-presidente da Câmara, eu e o vereador Rubens Macedo e também o prefeito Francis. Não foi uma e nem duas vezes que o vereador Pastorello falou sobre isso. Mas, não vão conseguir porque não estamos fazendo nada errado. Não praticamos crime algum”.

Barone diz que a “armação” foi articulada no início da gestão. Afirma que teve origem na formação da Mesa Diretora, pela disputa de quem seria o candidato a vice-presidente na chapa liderada pelo vereador Rubens Macedo. E, que a situação piorou ainda mais quando ele foi convidado pelo prefeito para assumir o papel de líder na Câmara, em substituição ao vereador Cláudio Henrique (PSDB), do mesmo partido do prefeito.

“Quando eu manifestei que iria aceitar o convite do Rubens, gerou ciúme no Claudio Henrique que também pleiteava o cargo” diz recordando que na véspera da eleição da Mesa Diretora, foi feita uma “armação” em uma festa, na tentativa de desmoralizá-lo, mas que, ele não caiu na “casinha”

“Eles queriam fazer uma “casinha” pra mim em uma festa. Convidaram algumas “moças” e deram a entender que, uma delas seria para mim. Estava tudo combinado. Eles estavam preparados para gravar eu com uma das convidadas e, a partir dai me chantageariam para que eu desistisse da candidatura, usando a filmagem” diz lembrando que ficou sabendo da “armação” por assessores dos próprios vereadores.

Barone lembra ainda que Cláudio perdeu a função de líder do prefeito na Câmara porque exigia que Francis, colocasse uma pessoa ligada à ele na Secretaria de Educação. “Eles colocaram a faca no pescoço do Francis por causa disso. Como o prefeito não cedeu, sobrou para o Cláudio fazer política interna na Câmara, inclusive, oferecendo vale alimentação de R$ 500 aos funcionários. O que também não foi aceito pelo Rubens. Daí essa atitude dele”.

O vereador diz ainda que foi Cláudio Henrique quem “exigiu” que o nome de Rubens Macedo, fosse colocado na denúncia no caso da “rachadinha” por suspeita de ele estar agindo dessa forma (dividindo a verba de adicional noturno) dos assessores.

Na bronca com o jornal

Em relação ao Jornal Expressão e site Expressão Noticias, Barone contesta o trecho da matéria sobre retirada do benefício dos guardas da prefeitura, em que a reportagem afirmou que ele teria dito que os servidores da prefeitura iriam “chorar lágrima de sangue”. Barone diz que, em momento algum usou esse ditado popular sobre esse caso.

Diz que, falou que “haveria ranger de dentes” no caso da extinção dos servidores, porque “sabia do risco que o próximo passo seria a suspensão do decreto que beneficiaria os guardas”.

Em relação ao caso da “rachadinha” ele  diz que nunca foi procurado pela reportagem para falar sobre o caso. E, que nunca mudou de estratégia como o jornal afirmou em uma matéria. “Eu não mudei de estratégia. Sempre afirmei que nunca orientei que o ex-assessor passasse parte do salário para a servidora. E, o seu jornal disse isso”. Se houve tais equívocos o jornal pede desculpa.

Denuncia do ex-assessor

Em relação à denúncia feita pelo seu ex-assessor, Alander do Carmo Rios, Barone nega que teria orientado para que ele repassasse parte do salário da verba do adicional noturno, para uma colega ele nega “Isso nunca aconteceu. Eu fiquei sabendo que ele estava repassando parte do pagamento à essa pessoa porque, na verdade, quem estava fazendo o serviço no gabinete era ela”.

Reafirmou que contratou o ex-assessor por um pedido da assessora do vereador Cláudio Henrique. “Eu contratei esse rapaz porque a assessora do Claudio insistiu, dizendo que ele estava a três meses desempregado e passando por necessidade. Eu me sensibilizei com o pedido porque fiquei sabendo que a esposa do ex-assessor havia ganho crianças recentemente”.

Barone também nega que saia com a pessoa citada pelo ex-assessor para reuniões na zona rural. “Isso foi mais uma mentira. Na verdade ele queria induzir a minha esposa a pensar que eu tinha alguma coisa com essa moça. Ela nunca foi comigo em reunião alguma em zona rural” diz acrescentando que, Alander desde o início usou de má fé com ele.

“Só depois fiquei sabendo que esse rapaz sempre usou de má fé comigo. Ele gravava com o celular tudo o que acontecia em meu gabinete, desde o primeiro dia em que começou trabalhar” diz negando também que tenha feito ameaças ao ex-assessor. “Quem fez ameaça foi ele. Assim que foi demitido veio ao gabinete e disse: isso não vai ficar de graça. Você está fu…na minha mão”.

Cláudio Henrique e Pastorello negam as acusações

Em contato com a reportagem os vereadores Cláudio Henrique e Cesare Pastorello contestam as afirmações de Barone. Claudio Henrique disse que “eu nunca quis ser vice-presidente do Rubens. Eu aceitei ser 1º secretário, porque ele me convidou, para ajudar na parte administrativa da Câmara. Outra coisa: “eu não estive em festinha alguma e não armei nada para atingir o vereador Barone. Eu sou pai e honro a minha família”.

Diz que “nunca indiquei ninguém para cargo algum na Educação. Pelo contrário dei total apoio às secretárias Cristiane e a vice-prefeita Eliene e atualmente sempre colaborando com a secretaria Luzinete”. Sobre o vale alimentação eu não prometi nada disso, para os servidores. “Na verdade os servidores apresentaram uma proposta, para pagar vale alimentação aos servidores, algo normal em uma repartição pública. Mas a proposta não evoluiu”.

Afirmou também que “eu não exigi, nada sobre colocar ou não o nome do Rubens no requerimento da vereadora Valdeniria. Ela recebeu a denúncia e protocolou, com apenas a assinatura dela. O que o vereador Barone quer é jogar a sociedade, que ele foi alvo de armação. Agora querer me atacar, criar inverdades ao meu respeito é de mais”.

O vereador Cesare Pastorello também nega pleitear a cassação dos colegas. “Em momento algum em me pronunciei pela cassação do presidente e do vice-presidente e nem do prefeito. Eu manifestei de que os acusados, Rubens e Barone, se afastassem da Mesa Diretora, temporariamente, para permitir uma condução mais transparente e impessoal. Bem se vê que eu estava certo” diz.

E acrescentou “não se afastaram, protelaram ao máximo a discussão das investigações e por fim colocaram a estrutura da Câmara para apoiar o arquivamento, alegando terem sido pressionados pela vereadora Valdeníria e que eu teria feito pré-julgamento sobre o caso. O comportamento corporativista dos envolvido e demais vereadores da base do Francis dá a entender que há mais dos que eles dizem. Quanto à reação de Rubens e Barone, de pedir a cassação minha e da Valdeníria, dispensa comentários”.
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