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21/11/2019 - 10:03

Reportagem conta história de acadêmico de Odontologia da Fapan que morreu de câncer na segunda-feira

Faleceu na última segunda-feira (18) em Barretos aonde realizava acompanhamento e tratamento, o acadêmico de Odontologia, Bruno Rios Salomé. Diagnosticado com carcinoma em região de língua em 2017, e após dois anos de luta contra o câncer ele veio a óbito. O caso teve grande repercussão no estado inteiro pela mobilização dos alunos em prol de Bruno que sonhava em ser dentista.  
 
Amigos se solidarizaram com a morte de Bruno. O prefeito de Araputanga postou mensagem enaltecendo a fé e esperança de Bruno na luta contra o câncer. “Bruno foi forte, um Guerreiro. Por meio de seu testemunho nos ensinou a ter mais Fé em Deus, mais esperança e jamais questionar a vontade de Deus. Essa Sabedoria e Fé inabalável que vocês, com vossos testemunhos de vida, transmitiram a ele, demonstra a importância da Palavra de Deus na formação de nossos filhos e na consolidação de um Lar de Paz e harmonia”. Lamentou o prefeito de Araputanga. 
 
O caso 

Bruno era um jovem de 20 anos morador da cidade de Araputanga, Mato Grosso. Bruno, sempre foi um jovem disposto a ajudar os amigos. No ano de 2017 ele iniciou o curso de odontologia na cidade de Cáceres, dando início a realização de seu sonho de infância, que é ser dentista. Porem no início do ano Bruno recebeu o diagnóstico de um câncer localizado na língua ‘Carcinoma Epidermóide Invasivo’, descoberto em grau II.  
 
História Completa do Bruno 

Para entender melhor os detalhes da história do Bruno, os trechos a seguir relatam desde a suspeita da doença até o atual estado de saúde dele. Os trechos a seguir são relatados pelo próprio Bruno: 
 
Descoberta do câncer 

- “Por volta de Junho de 2018, por acidente acabei mordendo a lateral da minha língua, meus molares são tortos pro lado Lingual e com as cúspides pontudas, tanto que desgastei elas na época, e acontece que esse corte persistiu por 1 mês sem cicatrizar, eu sabia que se algo não cicatriza em 2 semanas já é motivo de investigar e fui fazer uma biópsia no Hospital do câncer de Cuiabá e eles optaram por fazer só a análise da raspagem, e não encontraram nada, e descartando qualquer outra hipótese concluíram que era só um trauma por conta das cúspides, e nem mesmo marcaram o retorno depois disso, eles estancaram com laser e me mandaram pra casa. O corte não machucava, mas ao olhar dava pra ver que ele ainda estava lá, e por não perturbar fui deixando, em dezembro ao espirrar acabei por cortar mais ainda a lateral da língua, mas dessa vez insiste em uma biópsia já que notei que a língua começou a inchar. No dia 31 Janeiro, data do meu aniversário, fui para Cuiabá, na área de Odontologia do Hospital do Câncer, novamente descartando qualquer hipótese de tumor tiraram 2 peças grandes para analise assim estimulando o crescimento do tumor, ao sair o resultado fui diagnosticado com um câncer maligno na língua nunca antes visto em pessoas da minha idade, e fora do perfil, sendo na literatura o caso mais jovem com esse tipo de tumor, e pro meu azar ele é mais agressivo em pessoas jovens, daí em diante ele foi só crescendo....” 
 
Cirurgia 

-  “No mesmo dia do resultado da biópsia dei entrada no SUS já com os exames em mãos para a cirurgia, porém previam 90 dias até que conseguissem marcar a cirurgia por conta da demanda e a falta de repasse do governo, e com a velocidade que o tumor cresceu depois da biópsia eu não sei se teria nem 3 semanas, então me recomendaram o Oncologista Rogerio Leite, o mesmo havia retirado o câncer de tireoide de 4 tios meus, ele analisou e fez o planejamento de cirurgia e sua proposta de tratamento, e assim fomos a diante na outra semana dia 26/02 a cirurgia foi marcada, com essa cirurgia de 4h perdi mais de 50% da língua, e foi feito esvaziamento cervical até o nível IV para que pudesse ser analisado se o câncer havia se espalhado, fiquei internado por 2 dias após a cirurgia, dependi de sonda por 1 semana e voltei a comer coisas sólidas após 4 semanas de cirurgia, e começou a corrida contra o tempo para o tratamento de Rádio, fomos para São Paulo no AC Camargo, após 45 dias de cirurgia para tentar a Braquioterapia e o cirurgia Dentista e o Radiologista analisando notou que uma suposta afta que eu havia visto na boca não era uma afta, e sim o tumor voltando, depois disso em 1 semana ele já estava duplicando o seu tamanho e entramos em cirurgia. 
 
- “Por conta da agressividade do tumor foi proposto Quimioterapia juntamente com Radioterapia, tudo na Oncomoed Particular sem planos de saúde, já que se dependesse do SUS eu ainda estaria na fila de espera da

 
Esse relato foi feito pelo Bruno após a segunda cirurgia pra retirada da segunda lesão. Logo após ele iria dar início a radioterapia como continuidade do tratamento. Porém, na semana em que iria dar continuidade ao tratamento, Bruno percebeu que em seu pescoço havia um inchaço, após um ultrassom foi diagnosticado nódulos na região. No dia 22 de maio, foi realizado o exame PET-TC, e foi constatado que a doença está localizada somente no pescoço, com isso, Bruno deu início na mesma semana à quimioterapia e radioterapia para conter os nódulos.  E na luta contra o câncer, mas sempre com o espirito de fé e esperança Bruno continuou a batalha, mas não resistiu e veio a óbito. 
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