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07/11/2019 - 14:31 | Atualizado em 07/11/2019 - 15:06

Temendo pela vida ex-assessor que denunciou suposto desvio de recursos na Câmara irá pedir proteção policial

emendo pela vida, o ex-assessor do vereador Vagner Barone (PTN) autor da denuncia do suposto esquema de desvio de recursos na Câmara Municipal, irá pedir proteção policial. Alander do Carmo Rios, disse que está sendo pressionado e intimidado pelo presidente da Câmara, vereador Rubens Macedo (PTB).

“Ele (Rubens Macedo), mandou dois policiais civis, em minha casa, entre eles, Josinei Neves que também é vereador, com uma notificação pressionando, dando prazo de 24 horas, para que eu entregue todas as provas que tenho, na Câmara Municipal. Eu estou com medo. Vou procurar a justiça para que me dê proteção. Eu e minha família estamos correndo risco”. Ele diz que não entregou porque as provas estão em poder do Ministério Público.

No inicio da semana, o ex-assessor já havia registrado Boletim de Ocorrência Policial denunciando ameaça feita pelo vereador Barone. No B.O o ele disse que se sentiu ameaçado por Barone. De acordo com o denunciante o vereador lhe teria dito: “isso não vai ficar assim, nós ainda vamos encontrar. Você não está mexendo com moleque”.

Na denuncia feita ao MP, o ex-assessor explicou que o esquema era feito através da verba do Adicional Noturno, no valor de R$ 1 mil, adicionados aos salários dos servidores para que eles auxiliassem em trabalhos extras/expediente da Câmara, como em sessões itinerantes e audiências públicas.

Ocorre que, conforme o denunciante, o seu ex- “chefe” Barone, exigia que a verba extra, fosse repassada a senhorita Tânia Reis da Silva, que não tinham nenhum vínculo trabalhista com a Câmara e que somente, acompanhava o vereador em visitas a zona rural.

Ele disse que, inconformado por outra pessoa estar recebendo pelo seu trabalho, no mês de outubro, se recusou a repassar o recurso. E, ao ser informado da situação, Barone teria afirmado que se ele não cumprisse com o acordo estaria demitido e que Tânia seria colocada em seu lugar.

Conta que, ao tomar conhecimento do desentendimento, o vereador Rubens Macedo já sabendo que ele iria denunciar o esquema no Ministério Público, tentou “abafar” o caso. Propondo para que ele ficasse à disposição no gabinete da presidência.

Ele afirma que aceitou a proposta porque precisava de dinheiro para manter sua família, formada pela esposa e quatro filhos. Mas que, mesmo assim decidiu denunciar porque achava injusto permanecer recebendo sem trabalhar, como estava acontecendo em seu caso com a amiga de Barone.

Sobre o seu antigo chefe Barone, o ex-assessor diz que tem como provar a existência do esquema porque, mesmo contrariando a orientação para que fizesse o repasse do dinheiro em mãos, ele preferiu fazer transferência bancária. Essa forma de repasse, segundo ele, fora feita em, pelo menos, duas oportunidades.
E, que, em outra, ele exigiu que Tânia assinasse um recibo comprovando que ela teria recebido o “salário”. Diz ainda que, tem uma gravação feita com Barone, acertando a forma de repasse do dinheiro.

Em relação ao vereador Rubens Macedo, o denunciante diz que não tem como provar. Mas, que durante o tempo em que permaneceu à disposição no gabinete, ficou sabendo que, o presidente também fazia o esquema da chamada “rachadinha” com duas outras pessoas lotadas na Câmara.

Nesta semana, Rubens Macedo, baixou uma portaria cancelando o pagamento dos adicionais noturnos de todos os servidores. E, na terça-feira, a Mesa Diretora emitiu uma Nota de Esclarecimento apresentando outra versão sobre o ocorrido. Veja abaixo.

Valdeníra diz que ouviu ex-assessor denunciar Rubens

No documento encaminhado a Mesa Diretora da Câmara, pedindo a instalação de uma Comissão de Investigação para esclarecer a denuncia, a vereadora Valdeníria Dutra Ferreira, diz que ouviu quando o ex-assessor Alander Rios denunciou tanto o ex-chefe Vagner Barone como também o vereador Rubens Macedo.

Na terça-feira, o vereador Cesare Pastorello (SD), através de mensagens em redes sociais, diz que seria necessário o afastamento imediato dos vereadores Vagner Barone e Rubens Macedo, para que sejam apuradas as denuncias.

Pastorello diz que “não vejo outra maneira de mostrar a transparência da Câmara, sem fazer o esclarecimento junto a população. E, para isso, os citados devem se afastar temporariamente” diz acrescentando que a ideia é formar uma comissão para apurar toda denuncia.

“Temos que formar uma comissão para investigar o caso. É interesse de todos que a verdade venha à tona. Sendo comprovada a inocência dos acusados a investigação será arquivada, mas se comprovar o contrario, temos que afastá-los definitivamente e fazer uma nova eleição para Mesa Diretora” enfatizou.

Na manhã desta quinta-feira, em nova mensagem, Pastorello diz que a Nota de Esclarecimento emitida pela Câmara não o representa. Veja a baixo.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA CÃMARA MUNICIPAL

A Câmara Municipal de Cáceres vem a público esclarecer informações veiculadas pela mídia local referentes a um processo envolvendo um agente político e um ex-servidor desta Casa de Leis, e apresentar sua versão dos fatos.

O ex-servidor Alander Rios foi contratado pela Câmara para exercer função de assessoria por período limitado, de cerca de três meses, para o vereador Wagner Barone a partir do mês de agosto, após pedido de exoneração da assessora anterior por razões de saúde.

Esta contratação se deu por indicação de outro assessor parlamentar, que por sua vez alegou que Alander passava por dificuldades financeiras. No intuito de ajudá-lo, o vereador não só o escolheu como teve a preocupação de mantê-lo no mercado de trabalho, exercendo outra função, após o fim de seu vínculo com o Poder Legislativo.

Ao final deste período, no dia 08 de Outubro, ele foi exonerado de seu cargo, como era previsto e de conhecimento de ambas as partes. No entanto, não aceitando a exoneração nem os esforços do vereador em mantê-lo no mercado de trabalho, o ex-servidor ameaçou e representou seu assessorado na esfera jurídica municipal.

Por meio de suas ações, o ex-servidor teve como objetivo fragilizar a Câmara e manter-se empregado através de chantagens e ameaças. Ressaltamos que é vedada a gravação de conversas sem a anuência de todas as partes envolvidas, como fez o então assessor.

O vereador Wagner Barone registrou, no dia 09 de Outubro, o Boletim de Ocorrência nº2019.303244 e está em posse de provas das ameaças que sofreu, além de um comprovante da filiação de seu ex-assessor em um partido político, colocando em dúvida as pretensões do mesmo quando se candidatou ao cargo.

Reiteramos que, ao contrário da denúncia feita pelo ex-servidor e levantada pelo veículo de imprensa local que irresponsavelmente disseminou o caso, não há “rachadinha” entre assessores e vereadores – estes últimos, inclusive, foram pegos de surpresa com a acusação generalizada, visto que a Câmara, seus agentes políticos e servidores, concursados e comissionados, pautam pela legalidade dos processos de interesse público e zelam pela transparência das informações, ações e iniciativas do Poder Legislativo.

De toda forma, está em processo a abertura de uma sindicância para apurar a denúncia, como demonstração de comprometimento desta Casa de Leis com a total clareza e objetividade dos fatos.

Em resumo, há revolta injustificada do ex-servidor com o fato de sua exoneração, a qual ressaltamos já estar prevista e acordada antes mesmo de sua instauração como assessor do vereador Barone. Este terá de responder judicialmente pelas ameaças feitas ao parlamentar em questão e terá de provar a existência da “rachadinha”, de total desconhecimento de qualquer agente político desta Casa de Leis.

Todas as provas que desabonam a conduta do ex-servidor se encontram em posse do Poder Legislativo e à disposição dos interessados.

NOTA DE ESCLARECIMENTO – VEREADOR PASTORELLO

Infelizmente, circula na mídia jornalística e redes sociais uma NOTA DE ESCLARECIMENTO atribuída à Câmara Municipal de Cáceres, que é composta, inclusive, por este vereador. Mas, essa nota NÃO REPRESENTA este vereador e nem a todos.

Em que pese a redação técnica e impecável de uma assessoria de imprensa, que apenas cumpre ordens, o teor da nota traz como tema principal a desqualificação de um cidadão, tão patrão dos vereadores que devem servir ao povo como qualquer um do povo. O fato dele ter sido nomeado para o exercício de uma função não o desqualificou como cidadão, permanecendo, portanto, toda a responsabilidade de dar atenção às denúncias feitas por ele.

Como prática reprovável, a nota, ao invés de esclarecer a denúncia, ou se limitar a deixar que haja a devida apuração dos fatos, deu uma “versão” que só buscou desabonar o funcionário.

Acusou-o de ter chantageado, de ter feito ameaças e reconheceu que ele fez gravações, o que já dá a ideia do seu conteúdo. Por fim, disponibiliza “provas que desabonam a conduta do ex-servidor.”

O fato é que todo agente público, eleito ou nomeado, tem em menor ou maior grau a flexibilização do seu direito à privacidade, sendo no caso dos eleitos mais ainda, ficando expostos ao crivo popular e às denúncias. E denúncias devem ser apuradas, para que sejam esclarecidas.

A população de Cáceres tem o direito de saber como estão sendo gastos seus impostos e isso inclui saber se houve ou não desvio de finalidade no pagamento de adicionais noturnos.

Como vereador com 100% de participação nas sessões ordinárias da Câmara Municipal sou obrigado a reconhecer que sem os esforços dos valorosos servidores, comissionados ou efetivos, que atuam nas sessões, haveria muita dificuldade. Além disso, ainda há as audiências públicas, em quantidade e comparecimento nunca vistos nesta cidade, e as sessões itinerantes. Aos servidores que atuam nesse mister, meus sinceros agradecimentos.

Assim sendo, o mesmo direito de se submeter ao devido processo legal que os acusados têm, o acusador também tem. Caso a apuração dos fatos culmine em inocência dos acusados, este poderão tomar medidas contra o acusador. Até lá, a população tem o direito de saber a verdade e a verdade não pode ser coagida com ameaças de exposição pública.

Reitero minha confiança na isenção de um processo dentro da casa de leis, minha confiança no acompanhamento da imprensa local e na responsabilidade dos cidadãos cacerenses em fiscalizarem os seus votos, por meio do acompanhamento desse processo.

Por fim, reitero que qualquer notícia veiculada incluindo “todos os vereadores” ou “a Câmara Municipal”, sem minha autorização ou assinatura, é imprópria. Continuo à disposição da sociedade cacerense, porque eu acredito em Cáceres.

Macedo nega intimidação, diz que vereador policial se ofereceu para levar intimação ao denunciante

O vereador Rubens Macedo (PTB) nega estar pressionando ou intimidando o ex-servidor que denunciou suposto esquema de desvios de recursos na Câmara Municipal, através de pagamento de Adicional Noturno, para que assessores auxiliem em trabalhos extras/expediente. Alander do Carmo Rios, disse na manhã de hoje que estará pedindo proteção policial por estar sendo pressionado e intimidado por Macedo.

Rubens Macedo, conforme o ex-assessor teria mandado dois policiais civis em sua residência, entre eles, o vereador Rosinei Neves, que também é policial, como forma de intimidá-lo, para entregar uma notificação exigindo que ele entregue, à Câmara no prazo de 24 horas, toda documentação que ele tem sobre o suposto esquema.

“Nunca houve pressão ou intimidação. Foi uma coincidência a notificação ser entregue a ele pelo vereador Rosinei Neves que também é policial. Rosinei chegou ao gabinete no momento em que estávamos falando do assunto e ele se prontificou a levar o documento por estar indo para um trabalho no mesmo bairro onde mora o ex-assessor” explicou.

O presidente da Câmara acrescentou ainda que está seguindo o “trâmite legal” em um processo de investigação. “Ora se ele fez uma denuncia contra vereadores desta Casa, o correto é ele apresentar as provas para que possamos investigar e esclarecer o fato. Estou seguindo o trâmite legal do processo. Isso não é pressão e tampouco intimidação” supõe.

Embora não confirme, para contra-atacar, Rubens Macedo vem fazendo uma verdadeira devassa na vida pregressa do ex-assessor. Segundo ele, descobriu que Alander Rios usa dupla identidade e que tem vários processos contra. “Antes de entrar na Câmara, apresentou a documentação como Alander José do Carmo Rios. Mas descobrimos que, antes até 2017 ele se chamava Alander José do Carmo Marciano”.

E, acrescenta “é uma pessoa muito perigosa. Usa dupla identidade. E, além de vários processos, também descobrimos que ele faz parte de uma seita. Já informamos o bispo diocesano porque ele auxilia na missa distribuindo hóstia aos fieis. Uma pessoa como essa não pode estar ajudando na Igreja” julga.

Rubens Macedo também revela que, Alander tinha alguns comparsas na Câmara. Diz que uma das supostas comparsas dele seria a assessora do vereador Claudio Henrique. E, que, inclusive, o vereador Walter Zakarquim solicitou a instauração de sindicância administrativa para apurar essa situação. Afirmou ainda que irá ouvir todos os assessores da Casa”.
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