Agredir a mulher no dia da mulher e na frente de outras mulheres é normal: Câmara de Cáceres diz que vereador não quebrou decoro
Com os votos contrários dos vereadores Cézare Pastorello (SD) e Valdeniria Dutra (PSDB), a Câmara de Vereadoes de Cáceres, absolveu na sesão de ontem, 15, o vereador Denis Maciel (Avante), da acusação de quebra de decoro por supostamente ter agredido a sua companheira no Dia da Mulher no seu local de trabalho.
Relembre o caso
Depois do ocorrido na última sexta-feira, dia 08 de março, Dia da Mulher, quando foi requisitada uma viatura para conter as ameaças do vereador Dênis Maciel – Avante, alguns vereadores da Câmara Municipal se revoltaram com a atitude do colega.
A representação, ainda não assinada por todos, alega que além da atitude reprovável do vereador em relação à sua companheira, o vereador ainda teria cometido ato atentatório às instituições constituídas, no caso, contra a Polícia Militar.
Caso a representação seja aceita, o vereador Dênis Maciel poderá ser cassado e perder o mandato.
Até o fechamento desta matéria, os vereadores Cézare Pastorello – SD, Valdeníria Dutra – PSDB já haviam assinado a representação.
Após a divulgação em vários sites de notícias do Boletim de Ocorrências em que o a PM relata a ameaça, desobediência e resistência à prisão do vereador Dênis Maciel (Avante), em Cáceres (235km de Cuiabá), a esposa do vereador, suposta vítima, veio dar a sua versão do caso.
Esposa apresenta outra versão
Segundo F.F.M.V (36 anos), ela e o vereador haviam discutido pelo aplicativo WhatsApp, uma vez que ela estava na coordenação de várias ações alusivas ao dia internacional da mulher e não estava respondendo às mensagens do seu marido. Por conta disso, iniciaram-se as discussões e o vereador disse que iria até onde ela estava trabalhando para falar pessoalmente com ela, independentemente de quem estivesse lá. Com medo, a vítima acionou a polícia pelo 190, uma vez que o acusado estava no pátio do seu trabalho e ameaçava “falar alto”. Quando o grupamento da PM chegou mandou que ela fosse ao CISC para registrar o Boletim de Ocorrência.
No depoimento realizado na Policia Civil da vítima, ela alega que o vereador estava à injuriando pelo celular, que foi até o trabalho dela e que ameaçou falar alto com ela durante o evento em que estava coordenando.
A vítima saiu do seu local de trabalho antes do acusado, que ficou lá com a PM, então não sabe o que aconteceu até a sua chegada ao CISC.
Boletim da PM
No Boletim de Ocorrência lavrado pela PM, esta teria sido acionada pela vítima F. F. M. V (36 anos) após o acusado ter ido ao seu local de trabalho e tomado o seu celular à força, já que as mensagens que estavam no celular da vítima, enviadas pelo acusado, desabonariam a sua conduta. O boletim ainda informa que após ter sido solicitado ao acusado que entrasse na viatura da PM para se dirigir ao CISC, esse teria se recusado, desobedecendo os policiais e tentado agredi-los com um pedaço de madeira. Que após imobilizado, o acusado foi algemado e conduzido ao CISC, para, além da acusação de ameaça à vítima F. F. M. V (36 anos) também ser indiciado pelos crimes de desobediência, desacato e resistência à prisão.
A Polícia Judiciaria Civil investiga o caso. (Com Cáceres Notícias)