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05/07/2019 - 12:24

ALERTA: Febre hemorrágica mata na Bolívia ao lado de Mato Grosso

Cinco municípios mato-grossenses que fazem fronteira com a Bolívia estariam, em tese, na área de risco para a febre hemorrágica que atinge aquele país e já causou mortes. O Ministério da Saúde acompanha a situação boliviana, mas ainda não adotou medidas preventivas. A Secretaria de Saúde de Mato Grossoe as secretarias de Saúde de Poconé, Cáceres, Porto Esperidião, Vila Bela da Santíssima Trindade e Comodoro – a área fronteiriça – também não adotaram providências.

O governo da Bolívia está advertindo a população sobre o surto de febre hemorrágica no país, após a ocorrência de duas mortes em consequência da doença.

A febre hemorrágica é transmitida pelas fezes e urina de ratos que podem portar o vírus que causa a infecção. Também é transmitida entre os seres humanos pelo sangue e outros meios. A taxa de mortalidade em consequência da doença é de cerca de 30%.

Funcionários do Ministério da Saúde da Bolívia disseram que um agricultor infectado morreu em abril em uma cidade localizada a cerca de 160 quilômetros ao norte da capital La Paz. Uma médica que o tratou também morreu em junho.

Os funcionários disseram ainda que mais dois médicos que tiveram contato com a médica também contraíram a doença e estão inconscientes.

Típica boliviana, em San Matias, fronteira com Cáceres
Típica boliviana, em San Matias, fronteira com Cáceres
 
Um grande número de ratos foi encontrado em áreas em volta da fazenda da primeira vítima. Ao mesmo tempo, membros de sua família apresentaram sintomas da doença.

O cenário na Bolívia ainda é turvo para as autoridades de Saúde brasileiras. O país tem 3.400 quilômetros de fronteiras com Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Com Mato Grosso a fronteira tem 833 quilômetros, com 730 por marcos em solo firme. 

A população dos cinco municípios na fronteira é de 175 mil habitantes, assim distribuídos: Cáceres, 93.882, Poconé (32.768), Comodoro (20.513). Vila Bela da Santíssima Trindade (15.983) e Porto Esperidião (11.935). É intenso o vaivém de moradores nos dois países.

Em Mato Grosso são comuns os casos de brasileiros casados com bolivianas e vice-versa, que formam as chamadas famílias bolivieira (boliviano com brasileira) e brasiliana (brasileiro com boliviana). O Hospital Regional de Cáceres atende bolivianos e não há controle sobre o fluxo do turismo formiguinha internacional na região. A área tem baixa densidade demográfica e boa parte da população reside na zona rural, o que a deixa mais exposta ao risco de contato com ratos.
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