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22/06/2019 - 15:21

350 alunos participam de programação de prevenção e combate ao bullying

Cerca de 350 alunos da Escola Estadual Marechal Rondon, em São José dos Quatro Marcos, participaram nesta semana de uma programação de alerta e combate ao bullying. Este é um problema que, segundo o Ministério da Educação, afeta um a cada 10 estudantes da rede de ensino brasileira.
 
Para o deputado estadual Dr. Gimenez (PV), que tem mais de 40 anos de experiência como médico da família e de crianças, este tipo de atividade ajuda a despertar na comunidade escolar um olhar mais atento ao problema, que pode gerar casos de depressão e mesmo suicídio. Além disso, é uma forma de despertar cidadania.
 
"Assim como os adultos, crianças e adolescentes estão sujeitos aos impactos das doenças mentais. E as consequências mais graves podem ser vistas no crescimento dos casos de suicídios desta faixa etária ao longo dos últimos anos, no Brasil. A prevenção é sempre o melhor caminho e deve começar na escola", afirma o deputado e médico.
 
O professor Renalto Junior, um dos idealizadores do projeto, apresentou as palestras 'provocações sem limites' e 'consequências da prática do bullying'. A atividade foi realizada na quarta-feira (19), com o intuito de mostrar aos adolescentes que piadas, boatos maldosos e exclusão proposital de colegas a festas e reuniões provocam alta carga de sofrimento.
 
"Nós fizemos uma programação técnica e também lúdicas, a partir do grupo Criativizando, que apresentou teatro e música. Nosso intuito é deixar muito claro que as essas atitudes não são saudáveis e devem ser evitadas, porque trazem muitas consequências ruins para eles próprios e para a escola. Ao invés de uma postura negativa, vamos acolher o colega? Entender suas diferenças?".
 
Não, não é apenas uma piada. Este foi o alerta levado pelo advogado Jean Dias aos estudantes da rede pública de Quatro Marcos. A proposta era mostrar que, do ponto de vista jurídico, a troca de informações e a exposição de alguém tem consequência que podem ser graves para quem cometeu este ato e à família. "É importante que eles estejam cientes que podem ser punidos e que não é brincadeira, porque traz muitos danos físicos, psicológicos e materiais à vítima".
 
A diretora da unidade escolar, Silvana Guedes Peres Marim, ficou muito satisfeita com o impacto desse trabalho, feito por pessoas de fora à escola. "A gente percebeu, primeiramente, que eles pararam para ouvir as informações, questionaram, tiraram dúvidas, nem sempre nós conseguimos isso no cotidiano da escola", enfatizou Silvana.
 
Números de 'alerta'
 
O Brasil registrou um aumento de 10% nos casos de suicídio entre crianças e adolescentes entre os anos de 2003 e 2013, principalmente dos nove aos 19 anos. Ao longo das décadas de 1980 a 2012, o acumulado é ainda mais expressivo, chegando a 62,5% de suicídios nesta mesma faixa etária. Esses integram estudos Mapa da Violência, publicados em 2014 e 2015, com ajuda do Ministério da Saúde.
 
Além de alarmantes, os números indicam uma mudança na cultura do silenciamento sobre as doenças mentais e o suicídio: no registro das causas da morte pelos profissionais da saúde e na presença do tema nas conversas de família. Falar sobre depressão e suicídio, de forma adequada, contribui para que crianças e adolescentes.
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