Imprimir

Imprimir Artigo

25/05/2019 - 09:34

De Mato Grosso para o mundo: jogadora faz sucesso no Benfica em Portugal

A cereja no topo do bolo". Desta forma, representantes do time português Benfica classificaram a contratação da mato-grossense Ana Vitória Kliemaschewsk, 19 anos, para a equipe feminina do clube. O talento e a habilidade da jogadora têm chamado a atenção nas partidas do grupo desde janeiro, quando a jovem, nascida em Rondonópolis (a 218 km de Cuiabá), chegou ao time.

Para Ana Vitória, o amor pelo futebol é algo inexplicável. “É um sentimento que vem desde que me entendo por gente”, diz a jovem, que é meio-campista. O pai dela, o produtor rural e advogado Valdemar Nestor, explica que, desde os três anos, a garota demonstrava o amor pelo esporte. “Ela ficava no quintal de casa jogando a bola na parede e assistia sozinha às partidas de futebol”, relata.
O interesse da garota pelo esporte chamou a atenção dos pais, que a levaram para uma escolinha de futebol aos cinco anos. “Sempre gostei de esporte. Meus pais viram que eu tinha essa vocação e me incentivaram”, conta Ana.

Ana Vit�ria Kliemaschewsk

Aos oito anos, ela começou a treinar no Rondonópolis Esporte Clube, onde logo entrou para a equipe do time. “Com 11 anos, subi para a categoria de base do clube”, relata. Aos 13, foi convocada pela primeira vez para a categoria sub-17 da Seleção Brasileira. “Depois que fiz 17 anos fui para a categoria sub-20, onde estava até ano passado. Neste ano ainda não houve convocação”.

O talento de Ana Vitória nos primeiros anos de seleção fez com que ela fosse contratada pelo Corinthians, há dois anos, para atuar na categoria sub-17 do clube. No início deste ano, a jovem embarcou para Lisboa, em busca do sonho de ser reconhecida mundialmente pelo talento com as bolas.

Em entrevista ao site português Record, na época da contratação de Ana Vitória, o vice-presidente do Benfica, Fernando Tavares, comemorou a contratação da jovem. "Sempre esteve no topo da nossa lista e hoje encerra-se o ciclo de contratações que se iniciou em julho passado. A Ana Vitória é a cereja no topo do bolo e, sem ela, este projeto não estaria totalmente completo", afirmou o dirigente.

No último sábado (18), o Benfica, que compõe a segunda divisão do futebol feminino, venceu o Campeonato Português de sua categoria e levou a disputada Taça de Portugal de Futebol Feminino. Para Ana, a premiação representou o início de futuras vitórias em sua carreira. “Quero continuar tendo destaque no futebol e com bom rendimento”, pontua.

Talento nos pés

Ana Vitória considera que vive o momento mais importante de sua trajetória. Ela conta que a mudança de país não a afetou na nova fase da vida. O maior problema, segundo a esportista, tem sido a saudade dos pais e dos dois irmãos. “Minha maior inspiração é a minha família. Eles me dão força para conquistar meus objetivos”, comenta.

Os pais sempre frisaram a importância de a jovem aliar os estudos com o esporte. Ela concluiu o ensino médio e sonha em fazer um curso superior. No entanto, não definiu a área que quer seguir. “Ainda estou decidindo”, comenta.

A atleta pontua que o clima em Portugal não prejudicou seu desempenho com as bolas. Ela afirma que tem se adaptado bem ao local e aos costumes. “Foi tudo tranquilo. Dos países da Europa, penso que seja o com o clima mais tranquilo. Fora isso, todas as diferenças são positivas”, diz. A jovem confessa que, ao menos por enquanto, não tem sentido saudades do Brasil. “Estou feliz aqui e completamente focada nos meus objetivos”, diz.

Jogadora Ana Vit�ria nutre amor pelo esporte desde pequena
Em relação ao retorno financeiro que obtém como jogadora, ela é enfática: não comenta sobre valores. “O futebol é meu trabalho e sou remunerada por isso”, limita-se a dizer.  

A rotina atual de Ana tem sido de intensos treinamentos diários no Benfica. No time, há outras brasileiras. A mato-grossense ressalta que o futebol feminino tem ganhado cada vez mais espaço em todo o mundo.

“É uma modalidade em crescimento. Não acho que seja inferiorizado em relação ao masculino, porque não faço essa comparação. São realidades diferentes, então é injusto comparar neste momento”, afirma.

“Acredito que o futebol feminino vai ganhar cada vez mais visibilidade e vai atingir um bom patamar”, completa.

Imprimir