Imprimir

Imprimir Artigo

25/05/2019 - 08:05

Professor que tentou 'tirar demônio' de aluna é exonerado da Unemat

Um professor do campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em Alta Floresta (a 803 km de Cuiabá) foi exonerado após permanecer seis anos sem aparecer na instituição de ensino. O docente, que é angolano, havia retornado ao seu país de origem em junho de 2013.

A exoneração do professor foi publicada no Diário Oficial de quarta (22). A Unemat havia aberto um procedimento para apurar o abandono de cargo.

A unidade alega que criou um processo de exoneração em junho de 2013, logo que foi informada que o docente havia deixado o país. No entanto, argumenta que como o servidor já não estava mais no Brasil, ele não assinou o documento para confirmar a saída do cargo. Desta forma, foram necessários quase seis anos para que representantes da universidade concluíssem o procedimento de exoneração e dessem o prazo necessário para atestar que ele não retomaria a função.

O angolano deixou o Brasil após se envolver em polêmicas enquanto lecionava no departamento de Ciências Biológicas de Alta Floresta. Conforme a Unemat, anos antes de deixar o Brasil, ele foi alvo de dois Procedimentos Administrativos Disciplinares (PAD): um por acusação de homofobia contra um estudante e outro por ter feito uma espécie de “tentativa de tirar demônio” de uma aluna que estava tendo convulsões.

Conforme notícia de 1° de março de 2012, no site MT Agora, uma universidade de 17 anos registrou boletim de ocorrência contra o professor. Ela relatou que teve uma crise convulsiva e ele começou a ridicularizá-la.

O irmão da universitária, que estudava na mesma turma que ela, relatou, na época, que o professor a apertou com força enquanto ela tinha a crise. "Nós pedimos para ele parar, porque estava machucando. Ele disse que tinha avisado que ela estava com o Demônio e o Satanás no corpo, que tinha que tirar isso, ali com ela se batendo no chão. Nós ficamos bravos com ele", relatou o rapaz, em 2012.

A Unemat instaurou um PAD para apurar o caso. No ano anterior, ele já havia sido alvo de outro procedimento, por um caso de suspeita de homofobia, relatado por um aluno – a universidade não deu detalhes sobre a situação. Os dois procedimentos, porém, foram arquivados desde que o angolano deixou o Brasil.

Em razão dos imbróglios com os alunos, o professor foi suspenso pela instituição de ensino por meses.

De acordo com a universidade, o docente não recebe salário desde junho de 2013. A instituição afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que suspendeu os pagamentos desde a descoberta de que o angolano havia deixado o país.
Imprimir